Origem: Livro: Breves Meditações
Comunhão
Podemos contrastar a comunhão à qual João, no primeiro capítulo de sua primeira epístola, introduz a alma, com aquela que Paulo lhe dá no final de Romanos 8 e também com aquela que o mesmo apóstolo lhe dá no final de Romanos 11.
Em Romanos 1-8, o apóstolo está nos instruindo no segredo da paz, que o sangue de Cristo providenciou para a consciência; e no final dessa Escritura, ele prepara um triunfo para a consciência, ou uma comunhão rica e exultante com Deus sobre a obra de Cristo por Seu povo.
Em Romanos 9-11, ele está nos instruindo nos conselhos e na sabedoria dispensacional de Deus; e no final dessa Escritura, ele prepara um triunfo para o entendimento ampliado e regozijado do santo, ou comunhão com Deus sobre as riquezas de Sua sabedoria e conhecimento.
Mas em 1 João 1 não se trata de nenhuma dessas coisas. Não se trata de comunhão por causa da obra toda-suficiente de Cristo pelos pecadores, nem por causa dos caminhos todos gloriosos e maravilhosos de Deus. Trata-se de comunhão com Ele mesmo, comunhão pessoal por causa de um relacionamento bem conhecido entre Ele e nós. Isso é de outro tipo – e um tanto mais elevado.
E podemos destacar isso ainda mais.
Esta última comunhão que João nos apresenta não conduz, como as duas anteriores, a alma ao triunfo e à exultação, mas à calma satisfação do coração, chamada de “plenitude de alegria” (ARA). É, antes, o exercício do coração no sentido de relacionamento pessoal, não o exercício da consciência em sua afirmação de liberdade e vitória por causa do sangue de Cristo, nem o exercício da mente, o entendimento renovado, em admirar, adorar e deleitar-se com os tesouros da sabedoria revelada de Deus.