Origem: Livro: Os Patriarcas
O concerto
Depois disso, porém, um grande assunto se abre diante de nós. “eis que estabeleço o Meu concerto convosco” foi a palavra de Deus a Noé, antes de a arca ser feita ou de as águas terem chegado (Gn 6:18). Agora que o julgamento já passou e a nova Terra foi herdada, esse concerto está totalmente detalhado, bem como novamente prometido, aos eleitos de Deus (Gn 9:8-17). E é aqui que a palavra “concerto” é usada pela primeira vez. Os concertos que lemos na Escritura são todos específicos, tendo suas partes e seus objetivos bem definidos e claramente declarados. Não há dúvidas sobre eles. Quer seja este concerto da Terra com Noé, o concerto com Abraão e sua semente, o concerto do sacerdócio com Fineias ou o concerto do trono com Davi, tudo está definido – as partes são declaradas e os objetivos estabelecidos. Nem estes, nem nenhum deles, eu seguramente julgo, contemplam o peculiar chamado da Igreja. O chamado espiritual nos lugares celestiais e os resultados da unidade com Cristo não são descritos nem transmitidos por eles. Mas a Escritura do Novo Testamento declara abundantemente um propósito, ou um conselho, de Deus de acordo com o beneplácito de Sua vontade; um mistério escondido em Deus, antes da fundação do mundo, no qual a Igreja está diretamente interessada. (Veja Rm 16:25; 1 Co 2:7; Ef 1:9, 3:8-11; Cl 1:26; 1 Tm 3:9).
Pode surgir a pergunta: Esse propósito ou conselho assume a forma de um concerto? Chamemos-lhe concerto, ou simplesmente um propósito assumido por Deus; ainda assim, a grande, santa e augusta transação em si é ricamente encontrada no Novo Testamento. Mas tem, ainda podemos perguntar, o caráter de um concerto?
Eu não teria o cuidado de dizer que ele é sempre chamado assim; mas acredito que podemos dizer que muitas coisas de natureza de concerto são sugeridas como vinculadas a ela. Promessas são feitas, consideração ou valores são contemplados, acordos formados e fixados, e tudo isso entre partes distintas. “no princípio do livro está escrito de Mim” – “Desde a eternidade fui estabelecida” (ARA) – e tais palavras de importância mais profunda e santa têm seu lugar para resolver esses pensamentos que surgem. E não apenas a nossa eleição e a nomeação para a nossa glória peculiar, como na predestinação, importam diante do mundo (Rm 8:28-29; Ef 1:4-5; 1 Pe 1:2), mas fomos então dados formal ou virtualmente pelo Pai a Cristo (Jo 6:37, 39; 10:29; 17:1, 6, 8-9, 11).
