Origem: Livro: Pressão – Normal e Necessária
Conservação
Os propósitos da pressão são múltiplos; agora, por um lado, os propósitos são certamente de preservação – conservação.
Tome a si mesmo – tome a mim: Se eu estiver livre dos cuidados de Deus no caminho que chamamos de provação, dificuldade ou pressão; estarei muito predisposto a levar as coisas com calma, por assim dizer, aqui neste mundo. Estou muito predisposto, no exercício de uma saúde vigorosa ou de uma saúde fácil, de circunstâncias fáceis, ou de ambientes que são do meu agrado, a considerá-la com um estado de espírito bastante independente, sem, talvez, muita preocupação com os outros. Mas, então, a pressão vem como uma maravilhosa forma de conservação. Poderia ilustrá-la por Pedro. O princípio vem desde Abel, mas vou ilustrá-lo com Pedro. O Senhor disse a Pedro:
“Quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias: mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos; e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras. E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus” (Jo 21:18-19).
Lá está Pedro: onde quer que vá, ele tem isso em mente. “O Senhor colocou pressão sobre mim”. Suponha que alguém venha a ele e fale: “Temos uma boa proposta para você – algo certo para arrumar sua vida nesse mundo”. Ele diz: “O Senhor me disse que vou morrer [e ele morreu, na cruz]. Não tenho tempo ou lugar para essas coisas”. Suponha que, de uma forma ou de outra, o poder do mundo tenha entrado; ele sempre pensaria: “Tenho a sentença de morte em mim mesmo; esta sentença de morte me leva dia a dia para um inevitável fim”. Mas como ele considera isso? Com serenidade; em paz.
Às vezes dizemos, “Fulano está resignado?” Talvez a resposta seja “sim”. Lamento muito ouvir isso. À luz de Cristo glorificado, e do Espírito que ilumina a casa de Deus, não creio que a resignação seja o espírito correto, pois a resignação implica em algum tipo de domínio das paixões – um tipo de sentimento que não se pode escapar, é inevitável – assim, devemos tomá-lo tranquilamente. Mas se virmos Pedro, como ele se dirige a nós em sua segunda Epístola, falando na paz e serenidade de um espírito perfeitamente à vontade com Deus, na contemplação do fato de “que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo” (2 Pe 1:14), isto não foi resignação; foi uma expressão serena de alguém em perfeita paz, nas mãos de Deus.
Agora, a largueza que veio a Pedro, o fez ser capaz de magnificar a grande glória de Cristo, como ele de fato fez, e que está assegurado para ele um lugar definitivo no “mundo vindouro”. A pressão é respondida pelo que é proporcionado no “mundo vindouro” (Hb 2:5; Hb 6:5; Lc 18:30; Mc 10:30 – TB).
