Origem: Livro: Os Patriarcas

Conte com o coração de Deus

Quem dera que conhecêssemos o nosso Deus como Ele deve ser conhecido, para Seu louvor e nosso conforto! Deleites de amor para serem usados. O amor se cansa com cerimonialismo. É, à sua maneira, uma transgressão à própria natureza do amor e do seu modo essencial de agir. A afeição familiar, por exemplo, deixa a cerimônia de lado o dia todo. Ali há intimidade e não formalismo. O formalismo seria muito desajeitado para isso, assim como a armadura de Saul foi para Davi. Ele não a tinha experimentado e, portanto, não poderia usá-la. Amar é cuidar dos assuntos da casa em um e em outro, e a confiança comum de todos permite que isso seja feito à maneira do amor. Assim o Senhor quer que seja Consigo mesmo. A intimidade de fé é de acordo com Sua graça, e a cerimônia é apenas um aborrecimento para Ele.

A graça, como às vezes cantamos, é “um mar sem costa”, e somos encorajados a zarpar com as velas totalmente abertas. O pote de óleo não teria fundo, se a fé da mulher ainda extraísse dele; e as vitórias do rei de Israel teriam ocorrido em rápida sucessão, até que nenhum sírio tivesse sobrado para contar a história, se sua fé tivesse pisado o campo de batalha como alguém que o conhecia apenas como um campo de conquista (2 Rs 4 e 13). Mas estamos estreitados. A ousadia da fé é um elemento muito delicado para o coração mesquinho do homem que não pode confiar no Senhor: embora, abençoado em dizê-lo, é aquilo que responde, bem como usa, a graça ilimitada de Deus.

A mente crente é a mente feliz; e é também a mente obediente, a mente que glorifica a Deus. É a mente agradecida e adoradora; a mente também que mantém o santo mais pronto para o serviço e separado das contaminações. Podemos estar vigilantes, e isso está correto; podemos estar julgando a nós mesmos, e isso está correto; podemos ter o cuidado de observar a regra da justiça em tudo o que fazemos, e isso é correto: mas em tudo, manter o coração elevado à luz do favor de Deus, pelo exercício de uma mente que crê de maneira simples, como de uma criança, isso é o que O glorifica, é isso que responde à Sua graça, é isso que acima de tudo se mostra gratidão Àquele com Quem temos de tratar. “Temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos”. Não é a realização, não é a vigilância, não são os serviços ou deveres que nos autorizam a fazer essa jornada, que dá à alma a entrada naquele lugar rico do favor divino – pela fé temos acesso a esta graça na qual permanecemos.

Mas continuamos ainda nesta história e a achamos rica em outras instruções e ilustrações da vida de fé.

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