Origem: Livro: Os Patriarcas
Cristo é nosso Objeto?
E esta é a grande questão para nós agora: Cristo é o Objeto do nosso coração – Aquele que ansiamos? Por isso Ele será nosso, e perto de nós e conosco para sempre, será o ponto mais alto de toda a nossa rica felicidade neste céu futuro para o qual estivemos olhando. A provisão para o coração é sempre o pensamento mais querido que podemos nutrir. Tal como aconteceu com Adão no início. Ele foi colocado na possessão de uma boa propriedade, que trazia consigo tudo o que poderia satisfazer os sentidos. Ali estavam as árvores e os frutos daquele jardim, agradáveis aos olhos e ao paladar. O desejo dos olhos e do paladar, e de todos os sentidos e faculdades do homem, poderia ser santamente satisfeito, pois da árvore do conhecimento ainda não se havia comido. O Senhor Deus estava no lugar supremo; a criatura não era então adorada e servida mais do que o Criador, e todos os sentidos poderiam aproveitar seus prazeres de forma correta, e o divino Plantador do Éden havia provido para eles (Gn 2:9). Sim, e mais do que isso. Adão recebeu domínio da mesma mão. O deleite natural – ou melhor, o divino – em poder e dignidade foi proporcionado dessa maneira; pois assim como o Senhor Deus no mundo acima chamou as estrelas pelos seus nomes, possuindo-as assim, Ele concedeu a Adão na Terra que colocasse nomes no gado e nas aves, assumindo, assim, a posição de cabeça deles. E desta forma ele foi colocado no meio destas provisões divinas para os seus olhos, os seus ouvidos, os seus gostos e o seu desejo de dignidade. Mas o coração ainda estava desnutrido. O dia da sua coroação não foi o dia do seu desposório. E o Senhor Deus o conhece. Ele conhece a criatura que em Seu amor e perfeições Ele formou. Não é bom, diz Ele, que ele fique só; farei uma companheira de ajuda para ele. E Adão recebe Eva da mesma mão que lhe deu o Éden com seus frutos e o domínio sobre a Terra. E então é que seus lábios se abrem “do que há em abundância no coração, disso fala a boca”. “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne”, diz Adão, expressando sua profunda satisfação e dizendo que agora não precisava de mais nada. O Éden não poderia, com todos os seus deleites para os sentidos, nem seu vasto e incomparável domínio sobre tudo, como “monarca de tudo o que ele avistava”, fazer o que Eva fez por ele. Ela abriu os lábios dele com uma confissão de que agora ele estava satisfeito. E o mesmo acontece conosco ao possuir Jesus, acima de toda glória, em nosso Éden celestial, para sempre.
