Origem: Livro: Os Patriarcas
Um Deus imutável e concentrado
Tais são as mudanças que têm surgido antes de deixarmos esta história divina e inspirada. A prova da fé não tem sido preciosa, como fala Pedro, quando podemos falar de tais mudanças? O inimigo se foi. Seus ministros, ou mensageiros, o vento e o fogo, os caldeus e os sabeus, não receberão mais comissão alguma. Jó também mudou seu pensamento e fez sua confissão a Deus – seus amigos mudaram de pensamento e se humilharam diante dele. Mas há Alguém que permanece o mesmo. Ele não tem nenhum passo para refazer, nenhuma palavra para voltar atrás, nenhum ato de Suas mãos, ou conselho de Seu coração, para alterar ou Se arrepender. Outras Escrituras falam sobre Ele, que Ele é “O mesmo ontem, e hoje, e eternamente”, e que com Ele “não há mudança, nem sombra de variação”. E esta preciosa história sobre Ele e Suas ações O ilustra e exibe.
Nunca há calmaria plena, ou ausência de pressa e distração, onde não estamos conscientes de que nossa força está à altura de nossa ocupação, seja ela qual for. Nem ela existe, quando não estamos igualmente conscientes da integridade ou da retidão dessa ocupação. A consciência da retidão e da força é necessária para preparar a mão para realizar uma ação ou o pé para dar um passo com total tranquilidade.
Agora sabemos que esta tranquilidade marca todos os caminhos e operações de Deus. Ele está sempre trabalhando (para falar à maneira dos homens) em plena possessão dessa concentração da qual estamos falando. Poderíamos julgar isso pela necessária glória de Sua divindade. Mas os caminhos de Jesus na Terra sempre demonstraram isso, e Ele, como sabemos, era Deus manifestado em carne. E esta tranquilidade e calma, nas quais todas as operações de Deus procedem, dizem-nos que, embora possam parecer-nos estranhas e até obstinadas, como Jó as considerava, ainda assim Ele é capaz de interpretá-las, cada uma, de modo a ser justificado em Suas Palavras e vença quando for julgado. E isso é feliz. “O botão pode ter um sabor amargo” e “a incredulidade cega certamente errará”. Essas coisas são assim.
Mas “Deus é Seu próprio intérprete e Ele deixará isso claro”. Sabemos como nosso Jó foi provado – profundamente, de várias maneiras e, como se poderia pensar, de forma arbitrária e desnecessária; pois ele andou no temor de Deus e a serviço de sua geração. Mas o “fim que o Senhor lhe deu” é mais do que justificação. É manifestação. A prova foi achada em louvor, honra e glória. A luz do dia que se aproxima, por mais repreensível que seja, terá apenas que brilhar e refletir a excelência d’Aquele com Quem temos que tratar.
