Origem: Livro: Os Patriarcas

Deus manifestado em Gênesis

Encerramos assim a história de José, e com ela o livro de Gênesis, o livro da criação e dos primeiros caminhos de Deus, o livro também dos patriarcas, das primeiras famílias dos filhos dos homens e da era da infância dos eleitos de Deus.

Acho que sentimos, ao deixar este livro, que de certa forma estamos descendo a um nível mais baixo. Creio que isso será geralmente percebido.

Em Gênesis, o Senhor está Se manifestando; depois Ele está expondo o homem. O homem não estava sob a lei, como dissemos, durante a época deste livro. Ele foi preparado para conhecer a Deus sob muitas e diferentes expressões e revelações de Si mesmo. Mas assim que a lei entra, e isso ocorre muito rapidamente depois de deixarmos este livro, o homem é necessariamente trazido à frente, e temos que vê-lo, não simplesmente como sob o chamado de Deus, mas em seu próprio lugar e caráter. E certamente isto é suficiente para nos fazer sentir que estamos, em certo sentido, num terreno mais baixo. É claro que, no desenrolar dos conselhos, na aplicação dos recursos de Deus sobre as falhas do homem, e nas demais manifestações do próprio Deus sobre a exposição do homem, estamos avançando em todo o volume, do começo ao fim.

Mas, por mais variados e maravilhosos que sejam esses conselhos, que são revelados à medida que avançamos na Escritura, por mais multiforme que a sabedoria de Deus seja, como sabemos que é, ainda assim podemos dizer que cada parte dela recebe alguma atenção ou prenúncio neste livro de Gênesis. Estas são fracas e obscuras, mas os rudimentos de toda a linguagem são encontrados nesta lição introdutória e infantil. Expiação, fé, julgamento, glória, governo, chamado, o reino, a Igreja, Israel, as nações, concertos, promessas, profecias, com o próprio Deus bendito em Sua santidade, amor e verdade, as obras de Sua mão, e a obra e os frutos do Seu Espírito, tudo isso e assim por diante aparecem neste livro. A criação foi exibida no início. Maculada e arruinada pelas mãos do homem, a redenção foi publicada. Os céus e a Terra são então mostrados como cenas de redenção (como haviam sido no início da criação) nas histórias de Enoque e Noé. E então, em Abraão, Isaque, Jacó e José, temos o homem (o principal sujeito da redenção, como é claro que ele é) em sua eleição, adoção, disciplina e herança. Esses mistérios foram examinados nesta série e estão sob os olhos e para a observação de nossa alma, à medida que passamos de uma dessas histórias para outra.

E aprendamos a dizer, amados, para o louvor d’Aquele que estendeu tais criações vivas diante de nós, que se os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de Suas mãos, o mesmo ocorre com não menos clareza e certeza de que as páginas da Escritura manifestam os sopros de Seu Espírito.

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