Origem: Livro: O Divino Terreno de Reunião

Deuteronômio

Antes de voltar ao Velho Testamento, mais uma vez, para seguir o esboço da verdade sobre a reunião em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, gostaria de reler um versículo em Romanos 15:4: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Rm 15:4).

Encontramos aqui a autoridade dada por Deus para nos voltarmos para o que antes foi escrito – para o que foi escrito antes do Livro de Romanos – voltar, de fato, às primeiras partes da Palavra de Deus, porque nos dizem que elas foram escritas para o nosso ensino”. Quando menosprezamos ou nos afastamos da verdade contida em figuras e princípios encontrados no Velho Testamento, estamos nos afastando do que foi escrito para nosso ensino.

Deuteronômio 12:8-14 

“Não fareis conforme tudo o que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem parece aos seus olhos, porque até agora não entrastes no descanso e na herança que vos dá o SENHOR, vosso Deus. Mas passareis o Jordão e habitareis na terra que vos fará herdar o SENHOR, vosso Deus; e vos dará repouso de todos os vossos inimigos em redor, e morareis seguros. Então, haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus, para ali fazer habitar o Seu nome; ali trareis tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e toda escolha dos vossos votos que votardes ao SENHOR. E vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus, vós, e vossos filhos, e vossas filhas, e vossos servos, e vossas servas, e o levita que está dentro das vossas portas, pois convosco não tem ele parte nem herança. Guarda-te que não ofereças os teus holocaustos em todo lugar que vires; mas, no lugar que o SENHOR escolher numa das tuas tribos, ali oferecerás os teus holocaustos e ali farás tudo o que te ordeno”.

Notamos que em Gênesis 22, Deus nos apresentou o conceito de que haveria um lugar, escolhido por Ele mesmo, para o qual Ele levaria o homem de fé, e lá, em resposta ao amor demonstrado no dom do Filho pelo Pai, o homem de fé poderia ser levado por Deus ao lugar onde ele encontraria “o carneiro preso num mato pelos seus chifres” – aquela figura do Senhor Jesus Cristo, e onde ele poderia desfrutar do privilégio de adoração na própria presença do Senhor Jesus.

Então, quando chegamos ao Livro de Deuteronômio, encontramos a direção que Deus dá em relação a esse lugar. Em Gênesis 22, somos simplesmente informados de que Abraão, o homem de fé, foi conduzido por Deus ao lugar. Assim, recebemos instruções sobre o lugar. Descobrimos, primeiramente, que há uma advertência distinta contra todo homem que faz o que bem parece aos seus próprios olhos. É-nos dito especificamente no final do versículo 8: “Não fareis conforme tudo o que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem parece aos seus olhos”. Em outras palavras, o conceito de cada homem decidir por si mesmo, sem referência à instrução que Deus dá, é condenado desde seu princípio. Não somos deixados à nossa própria invenção. Há direção.

A próxima coisa que notamos aqui é que o Senhor é Quem vai escolher. Assim nos é dito no versículo 11: “Então, haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus, para ali fazer habitar o Seu nome”. Não nos é dito aqui onde deveria ser esse lugar, mas nos é dito que deveria haver “um lugar”, e seria caracterizado pelo nome do Senhor estar ali, e os filhos de Israel foram informados de que era para esse lugar que eles deveriam vir.

Ora, vocês conhecem a história dos filhos de Israel. Havia doze tribos. Quando a terra de Israel foi dividida em doze partes, cada uma das tribos recebeu uma parte da terra. Não tenho dúvidas de que cada uma dessas doze tribos teria gostado muito de ter o lugar em sua parte da terra, mas elas não tinham nada a ver com a escolha do lugar. Quando chegamos ao versículo 13, lemos: “Guarda-te que não ofereças os teus holocaustos em todo lugar que vires; mas, no lugar que o SENHOR escolher numa das tuas tribos”. Haveria um lugar, escolhido por Deus, em uma das tribos, e eles eram todos como uma nação para reconhecer aquele um lugar que o Senhor havia escolhido para ali colocar Seu nome.

A Palavra diz: “Guarda-te”. Quanto precisamos dessa instrução hoje! Parece que vivemos em um dia como nunca antes, quando o comum é que cada homem faça o que bem parece aos seus próprios olhos. Liberdade de escolha! Na verdade, temos isso incluído na Constituição. Todo homem tem liberdade de religião, e ele é livre para escolher como vai adorar. Bem, amados irmãos, é verdade, e agradecemos a Deus por isso, que essa liberdade seja estendida nesta terra na medida em que não é reprimida, mas você e eu não recebemos de Deus a liberdade ou o direito de fazer nossa própria escolha. Ele nos deu, como deu ao povo de Israel, instruções as mais explícitas. Ao lermos essas instruções dadas ao povo de Israel, lembremo-nos do que lemos em Romanos 15, tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito!

O Velho Testamento não é um livro de história judaica. Ele é a Palavra de Deus que foi escrita para o seu ensino e para o meu, e aqui nos é dito: “Guarda-te”. Um lugar – um lugar para Israel e, ao estabelecer esse lugar, Deus estava falando com você e Ele estava falando comigo. Então, Ele disse: “Guarda-te que não ofereças os teus holocaustos em todo lugar que vires; mas, no lugar que o SENHOR escolher numa das tuas tribos”.

Deuteronômio 15:8-11 

(a teu irmão que for pobre) lhe abrirás de todo a tua mão e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te que não haja palavra de Belial no teu coração, dizendo: Vai-se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão, e que o teu olho seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que ele clame contra ti ao SENHOR, e que haja em ti pecado. Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará o SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo no que puseres a tua mão. Pois nunca cessará o pobre do meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na tua terra”.

Uma das características daqueles que entrariam na terra era o cuidado uns com os outros.

Agora, se você prosseguir para o capítulo 16:16: “Três vezes no ano, todo varão entre ti aparecerá perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher, na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabernáculos; porém não aparecerá vazio perante o SENHOR”;

Vamos agora ao capítulo 17:5-13: “levarás o homem ou a mulher que fez este malefício às tuas portas, sim, o tal homem ou mulher, e os apedrejarás com pedras, até que morram. Por boca de duas ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha, não morrerá. A mão das testemunhas será primeiro contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo; assim, tirarás o mal do meio de ti. Quando alguma coisa te for dificultosa em juízo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda, entre ferida e ferida, em negócios de pendências nas tuas portas, então, te levantarás e subirás ao lugar que escolher o SENHOR, teu Deus; e virás aos sacerdotes levitas e ao juiz que houver naqueles dias e inquirirás, e te anunciarão a palavra que for do juízo. E farás conforme o mandado da palavra que te anunciarão do lugar que escolher o SENHOR; e terás cuidado de fazer conforme tudo o que te ensinarem. Conforme o mandado da lei que te ensinarem e conforme o juízo que te disserem, farás; da palavra que te anunciarem te não desviarás, nem para a direita nem para a esquerda. O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao SENHOR, teu Deus, nem ao juiz, o tal homem morrerá; e tirarás o mal de Israel, para que todo o povo o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça”.

Você talvez se lembre do comentário que foi feito sobre quantas vezes na Palavra de Deus o número três aparece, em conexão com a verdade que Deus nos dá, sobre como Seu povo deve se reunir coletivamente para adorá-Lo. Percebemos que foi no terceiro dia que Abraão chegou ao lugar para o qual o Senhor o estava levando, e agora descobrimos que quando Deus deu instruções a Israel sobre o lugar que Ele escolheria, onde Ele colocaria o Seu nome, três coisas específicas são dadas em conexão com esse lugar. São elas, adoração, decisões obrigatórias e oração.

Em Deuteronômio 16 temos a primeira, que é adoração. Vemos que Israel foi informado de que três vezes no ano eles deveriam subir ao lugar que o Senhor escolheria. Observe a linguagem usada no versículo 16: “Três vezes no ano, todo varão entre ti aparecerá perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que [Ele] escolher” “Três vezes”: a Festa dos Pães Asmos, a Festa das Semanas e a Festa dos Tabernáculos.

Então, o israelita não tinha escolha. Ele foi especificamente proibido de fazer sua própria escolha quanto ao lugar que ele deveria ir. Ele não deveria fazer o que parecia correto aos seus próprios olhos, mas foi-lhe dito que, quando tivesse esses sacrifícios, essas ofertas, essas festas para celebrar, que expressavam particularmente a oferta de adoração a Deus, ele deveria ir para o lugar que o Senhor escolheria. Lembrem-se, irmãos, foi escrito para o nosso ensino”!

A segunda coisa especificada no capítulo 17 são decisões obrigatórias tomadas no nome do Senhor. Em primeiro lugar, nos é mostrado como essa santidade deve ser para aqueles identificados com esse lugar e nome, e assim eles são informados de como devem agir em relação ao mal. Este deve ser julgado e tirado. Então, no mesmo capítulo, nos é dito o que Israel deveria fazer quando surgissem assuntos que fossem muito difíceis para eles. Eles não sabiam o que fazer, não sabiam qual era a resposta. O que eles deveriam fazer? Era proibido a cada homem fazer o que parecia ser correto aos seus próprios olhos; mas agora o Senhor faz provisão para uma solução ordenada para as dificuldades. Está escrito no versículo 9: “Virás aos levitas sacerdotes e ao juiz que houver naqueles dias; inquirirás, e te anunciarão a sentença do juízo”. Para onde eles iriam buscar a sentença do juízo? O final do versículo 8 diz: “subirás ao lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher”.

Deveria haver um lugar escolhido por Deus – no mesmo lugar onde Seu nome estaria – onde decisões obrigatórias poderiam ser tomadas. Digo “obrigatória” porque nos é dito especificamente no versículo 11: “Conforme o mandado da lei que te ensinarem e conforme o juízo que te disserem, farás.. Ora, amados irmãos, Deus não deu (Ele nunca deu e nunca dará, à parte do Homem Cristo Jesus) infalibilidade ao homem. Os homens cometem erros, mas Ele conferiu ao homem autoridade, e vemos isso claramente retratado, em figura para nós, e aqui para Israel. Eles deveriam ir para o lugar onde o Senhor escolhera colocar Seu nome. E lá deveriam apresentar o problema, e a decisão a que chegassem seria obrigatória sobre eles. Assim, a instrução foi dada de que deveria ser “de acordo com a lei”, isto é, de acordo com o que é revelado na Palavra, mas a decisão era obrigatória sobre todos aqueles que reconheceram que o centro onde o Senhor havia colocado Seu nome era o lugar onde decisões obrigatórias eram tomadas. Lembrem-se, irmãos, isso foi “escrito para o nosso ensino”!

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