Origem: Livro: Os Patriarcas

Os dias dourados de Jacó

Com Macpela e seu sepultamento, Jacó então termina esses discursos em seu leito de morte com seus filhos, como os havia começado (Gn 47:29; 49:29). Ele já tinha a palavra e o juramento de José sobre esse assunto, e agora ele deveria colocar todos eles sob os mesmos compromissos com ele sobre isso. A morte era mais importante para ele do que a vida. A vida o manteve no Egito, a morte o restaurou a Canaã. A morte o ligou a Deus e à promessa de seus pais. As esperanças da fé estavam além da vida e fora do Egito. Em espírito ele estava dizendo que estava ausente do corpo, presente com o Senhor; “Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor”. Até onde a fé patriarcal pôde expressar isso, Jacó o estava expressando. E no final lemos: “Acabando, pois, Jacó de dar mandamentos a seus filhos, encolheu os seus pés na cama, e expirou, e foi congregado ao seu povo”.

Certamente não foi um período estéril ou infrutífero que ele passou no Egito. Embora para ele e para suas mãos as ocupações da vida estivessem encerradas, ele não estava enferrujando, como tivemos que dizer de Isaque. O silêncio de Jacó era um cultivo. Regozijamo-nos nestes últimos dias como os seus melhores dias. Regozijamo-nos ainda mais com a graça que lhe proporcionou esta pausa no final da sua jornada, para que, na linguagem do salmista, ele pudesse recuperar as forças antes de ir para lá e não ser mais visto.

É realmente gracioso para com todos nós, Seus eleitos, ter uma visão como esta, uma tal espécime (posso chamá-la assim?) da paciência, sabedoria e bondade divinas, como esta. É realmente peculiar ter seu próprio lugar em meio às infinitas formas e caracteres que a graça assume em relação à necessidade dos santos. Os últimos dias de Jacó foram seus dias dourados. Para outros, para seus rebanhos e manadas, o Egito era uma terra de Gósen; mas não era para os rebanhos e manadas de Jacó, pois não lemos que ele tivesse algum – mas foi para a alma de Jacó que o Egito era uma Gósen, a terra mais rica, mais bela e mais bem regada que seu espírito já desfrutou. Era mais realmente a porta do céu para ele do que Betel. Era mais a face de Deus para ele do que Peniel havia sido. Ele tinha o Senhor em segredo e em silêncio com ele ali, mas em poder real e vivo. Com tudo o que naturalmente o teria mantido como que em casa na Terra, ele era um estrangeiro. No Egito, Jacó era um homem liberto, desimpedido, assim como desde o começo e durante todo o tempo ele havia sido um escolhido e chamado.

Estamos aprendendo aquilo que Deus lhe estava ensinando ali? Estamos buscando, com mais sinceridade, a porção dos estrangeiros e peregrinos de Deus, pensando mais em Macpela do que no Egito, no arrebatamento que nos liga à promessa, do que em toda a crescente prosperidade diária deste presente século [mundo – ARA] mau?

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