Origem: Livro: Os Patriarcas
Ênfase Errada
Talvez nada tenha sido uma fonte mais comum dessa contenda pelo caminho do que a manutenção de opiniões religiosas favoritas ou uma estimativa indevida e desproporcional de certas doutrinas ou pontos de verdade. E este foi o caso aqui. Jó valorizava certos pontos da verdade, e seus amigos também tinham os seus favoritos. Mas cada um conhecia apenas “em parte” e obscureceu os conselhos perfeitos de Deus. E por causa disso, eles se desentenderam pelo caminho. Jó, gravemente afligido por golpe após golpe, insistiu nisso, que Deus agiu arbitrariamente; e, tendo o direito de fazer o que quisesse, o fez. Seus amigos diziam que Deus agiu de forma retributiva e que, portanto, Sua maneira de lidar com Jó o convenceu de alguma iniquidade não confessada. Suas doutrinas também tinham muito sabor de pensamentos humanos; eles não foram refinados dos resíduos da religiosidade humana. Eles extraíram muito das tradições dos mais velhos e de suas próprias experiências e observações. Eles acreditaram naquele ditado falso, embora favorito na moral do mundo, de que “a honestidade é a melhor política”. “Já pereceu algum inocente? E onde foram os retos destruídos?” (ARA) é o desafio que a religião deles publicou. “As palavras da Sua boca prezei mais do que o meu alimento. Mas, se Ele está contra alguém, quem, então, O desviará?” é o conselho do seu coração. Eles insinuam que se tudo fosse contado, nada seria tão ruim para ele; e ele os repreende, com o desprezo e a amargura de um espírito ferido e de um caráter insultado. “Na verdade, que só vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria”.
Tal era a contenda de palavras, as discussões e o debate entre eles; um exemplo tão triste de desentendimento como jamais foi conhecido, posso dizer, entre irmãos.
