Origem: Livro: Os Patriarcas

O fim de Isaque

E aqui chegamos, como dissemos, ao fim, ao fim prático, da vida do nosso patriarca. Ele vive, é verdade, quarenta anos depois disso; pode ser mais – mas ele está perdido para nós. Ele é como se não existisse.

No final de Gênesis 35, lemos: “E Jacó veio a Isaque, seu pai, a Manre, a Quiriate-Arba (que é Hebrom), onde peregrinaram Abraão e Isaque. E foram os dias de Isaque cento e oitenta anos. E Isaque expirou, e morreu, e foi recolhido aos seus povos, velho e farto de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram”.

Abraão havia se apossado cuidadosamente de Macpela, por ocasião da morte de Sara; e ali ele sepultou Sara, e ali o sepultaram Isaque e Ismael; e ali, neste momento, Jacó e Esaú sepultaram Isaque e ali depois seus doze filhos sepultaram Jacó.

A compra de pedaço de campo e o cuidado que os patriarcas manifestaram na questão de serem sepultados ali, nos falam de sua fé em sua própria feliz ressurreição e na consequente herança da terra. Isso nos diz que a esperança estava na alma deles tão certamente quanto a fé estava – que assim como eles descansaram, sem dúvida, na certeza de seu chamado e adoção, assim o fizeram, com igual segurança, na vida e na herança preparada para eles no mundo vindouro.

Eles viveram em fé e morreram em fé. Eles eram um povo que conhecia e desfrutava da vida de fé e de esperança na alma de cada um deles. Eles evidenciam a natureza repetidas vezes; eles erram, desviam-se, tramam e às vezes enganam a Deus por incredulidade; incorrem em disciplina e repreensão e às vezes são humilhados diante dos homens; mas eles parecem nunca duvidar dos fatos abençoados, de que foram adotados e doados pelo Deus da glória. A fé e a esperança viviam na alma deles. Não digo que eles tivessem o que nós temos. Existe agora uma unção, um penhor e um testemunho, fruto do Espírito dado e que habita, transmitindo não apenas o poder, mas o caráter deste nosso dia. Mas os patriarcas, nos seus primeiros dias, parecem nunca duvidar. E isto é precioso – que Deus, mesmo nas primeiras comunicações de Si mesmo – comunicações de Si mesmo aos Seus eleitos, mesmo em sua simplicidade, ou, nos primórdios de Gênesis – fosse conhecido por eles como Alguém em Quem se podia confiar tanto para o presente quanto para o futuro.

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