Origem: Livro: Breves Meditações

Glórias

Haverá uma cena de glórias quando o reino vier. Geralmente falamos de “glória” como se ela se referisse apenas a esse contexto. Mas isso está errado. A glória então será manifestada, é verdade; a glória estará então nas circunstâncias da cena. Mas uma forma muito mais maravilhosa de glória já é conhecida – e esta está no evangelho. Ali, o próprio Deus é manifestado; um Objeto mais admirável do que todas as circunstâncias. A glória do evangelho é moral, eu admito, não material ou circunstancial. Mas é uma glória do caráter mais profundo. Ali, digo novamente, o próprio Deus é manifestado. O Deus justo e, ainda assim, o Deus Salvador é visto ali. Justiça e paz resplandecem ali juntas – um resultado que ninguém, exceto o próprio Deus, e no caminho da cruz, poderia ter alcançado.

O evangelho convoca os pecadores a respirar, por assim dizer, a atmosfera da salvação, a ter comunhão com Deus em amor e a manterem em liberdade e segurança – e há uma glória nessas verdades e pensamentos que, de fato, se sobressai a todas as outras.

Satanás interferiu ou se intrometeu na obra de Deus e a arruinou em sua condição de criatura. Deus imediatamente interferiu ou Se intrometeu na obra de Satanás e a destruiu eternamente, tirando comida do comedor e doçura do forte.

Os três primeiros receptores do evangelho de Deus, Adão, Eva e Abel, ilustram, de forma marcante, almas que apreenderam a glória do evangelho em diferentes aspectos dele.

Adão foi encorajado por ele de maneira abençoada e maravilhosa, de modo que, ao seu chamado, saiu imediatamente de seu esconderijo de culpa e entrou na presença de Deus novamente, nu como estava. E sua ousadia foi justificada, pois foi acolhido ali. Eva exultou com isso. Ela cantou sobre isso. “Alcancei do SENHOR um homem”, disse ela – na alegria da promessa que lhe fora feita a respeito de sua Semente.

Abel ofereceu a “gordura” junto com a vítima. Ele adentrou a promessa com a mais feliz e brilhante inteligência e viu que o Doador dela encontraria o Seu próprio e bendito deleite nela; que o evangelho, embora salvasse o pecador, era a alegria e a glória de Deus. A gordura sobre o altar expressava isso.

E tais apreensões de Cristo como essas – a fé que dá ousadia, a fé que inspira alegria, a fé que penetra a cruz – são cheias de poder na alma.

Compartilhar
Rolar para cima