Origem: Livro: Os Patriarcas

Inspiração e “Exemplo”

E aqui deixe-me dizer, sugerido por esta alusão a José e outros em Atos 7, que não devemos ficar surpresos com este caráter figurado ou parabólico das histórias do Velho Testamento. Muito pelo contrário, deveríamos estar totalmente preparados para isso; e isso também, segundo um princípio muito simples. Deus, agindo nessas histórias (falamos para Seu louvor), age nelas (certamente) de acordo com Ele mesmo e com Seus conselhos. E, consequentemente, essas histórias tornam-se muitas revelações de Si mesmo e dos propósitos que Ele está realizando.

A garantia da inspiração da narrativa não nos mostra, consequentemente, Deus na narrativa no sentido pleno,. Há propósito e também veracidade nisso – há um “exemplo” e também uma inspiração. “Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras [exemplos – ARA]. Eles aconteceram como estão registrados. Há verdade histórica neles. Mas Deus os fez acontecer, para que pudessem ser “exemplos”; e até que encontremos este exemplo, isto é, o propósito divino na história, não teremos visto Deus nele. Devemos recorrer a essas narrativas, sejam de José ou de qualquer outro, com a mesma mente com que o Profeta teve que ir à casa do oleiro (Jr 18). Ele iria ver um verdadeiro trabalho ali; vasos feitos pela mão e habilidade do trabalhador.

Mas houve uma lição no trabalho, bem como uma realidade. Havia uma parábola nisso; pois o profeta tinha que ver o próprio Deus à roda, assim como o oleiro. Então, nessas histórias que encontramos na Escritura, há realidade nelas, veracidade exata, tal como a inspiração assegura. Mas também há significado; e até descobrirmos isso e aprendermos sobre Deus e Seu propósito na história, ainda não descemos realmente à casa do oleiro.

Mas isso é apenas a propósito, sugerido pelo uso que o próprio Espírito, por meio de Estêvão, faz das histórias de Abraão, José e Moisés, no Velho Testamento, naquele capítulo maravilhoso de Atos 7.

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