Origem: Livro: Agindo em Comunhão em Questões de Disciplina
Interferência externa
Quando uma assembleia local tenta assumir os assuntos de outra assembleia local, o resultado é a confusão, pois Deus não reconhece tal interferência. É o mesmo que um irmão individualmente vir para corrigir as coisas em outra assembleia, em uma escala maior. As coisas pioram, pois o princípio vital – de que a própria assembleia deve agir diante de Deus – é ignorado. Certamente é correto rogar para uma assembleia hesitante para agir, encorajando-a assim, a entrar na presença de Deus, mas para outra assembleia, ou para um indivíduo impor a regra, é simplesmente ignorar o estado em que a assembleia deva estar diante de Deus, e é tirar a questão das mãos de Deus.
A paciência também é necessária, pois, geralmente, o julgamento de uma assembleia sobre qualquer tipo de mal é apenas uma expressão do estado moral dessa assembleia. Há, por exemplo, corpos de Cristãos que olham com muita leviandade para doutrinas que são realmente subversivas da própria honra de Cristo. Por que isso acontece? Porque seus membros, geralmente, são indiferentes ao mal das doutrinas. De tempos em tempos, ouvimos falar cisões de grupos organizados de Cristãos, porque um ou outro membro não pode tolerar uma coisa má à qual o corpo, do qual ele é membro, é indiferente; mas a massa continua como antes, e encontramos também um processo gradual de fermentação na massa, e assim os Cristãos geralmente se tornam, de forma dolorosa, cada vez mais indiferentes quanto às mais graves doutrinas ensinadas pelos membros de suas denominações. Assim, quando uma encoberta doutrina maligna se revela numa assembleia local, descobrimos que raramente cada um dos membros percebe sua gravidade de imediato, e isso mostra quão baixo é o estado da assembleia local, e indica que cada um deles não está atento para a importância do mal que se manifesta.
