Origem: Livro: Eleição, Livre Arbítrio e Segurança Eterna

Introdução

“Como também nos elegeu n’Ele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante d’Ele em caridade, {ou amor}” e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade” (Ef 1:4-5). Neste versículo, temos a verdade da eleição e predestinação apresentada de forma simples e concisa. No entanto, esse ensino é uma fonte de considerável dificuldade para muitos, tanto que é amplamente rejeitado ou reinterpretado.

Para ter certeza de que estamos falando uma linguagem comum, temos de ser claros quanto a alguns termos bíblicos. A eleição se conecta ao ser escolhido; aqueles que foram escolhidos são chamados de eleitos. Esta palavra ocorre em vários contextos e não se limita a esta dispensação. A predestinação, por outro lado, fala para o que fomos escolhidos – o destino que Deus tem em vista. O chamado de Deus é aquele que, a seu tempo, realiza tudo; é o chamado de Deus, que, por meio do poder do Espírito, é ouvido pelos eleitos de Deus.

Algumas das dificuldades que alguém pode ter com a eleição e predestinação podem ser deixadas de lado se simplesmente reconhecermos que Deus é, no final das contas, livre para agir como Ele escolher. Ele é soberano. Nabucodonosor expressa a soberania de Deus desta forma: “E todos os moradores da terra são reputados em nada; e, segundo a Sua vontade, Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão e lhe diga: Que fazes?” (Dn 4:35). Dito isso, quando Deus age, podemos ter certeza de que é de acordo com Sua justiça, santidade e amor perfeitos; não pode ser de outra forma. É impossível para Deus agir de maneira inconsistente com Sua própria natureza.

Quando o homem age, ele age de acordo com sua vontade. Às vezes ouvimos a expressão livre arbítrio – este é um pensamento muito comum na filosofia e na cristandade. Se, por livre arbítrio, alguém quiser dizer uma vontade independente de Deus, então essa expressão seria aceitável, pois temos tal vontade. Porém, quando se fala de livre arbítrio, o pensamento não se limita a isso. Por livre arbítrio, dir-se-á, temos a capacidade de escolher o bem ao invés do mal. A Palavra de Deus nega isso claramente. (Por bem, quero dizer aquilo que agrada a Deus e é consistente com Sua vontade e não a bondade benevolente que a humanidade é capaz de praticar para sua própria preservação.) Verdadeiramente, se pudermos escolher fazer o que é bom, então não há qualquer necessidade de um Salvador. Seria esperado que alguém vivesse por sua própria justiça. Embora o homem não possua um livre arbítrio, nunca deveríamos supor que Deus o predispôs para o mal. Adão em sua inocência foi colocado no lugar de todo o bem – Deus providenciou para que tudo fosse bom. Um único mandamento foi dado por Deus – não porque a coisa fosse imoral ou má; era uma questão de obediência. Adão, por sua própria vontade, fez uma escolha. Ele transgrediu o mandamento e por meio de sua desobediência abandonou a vontade de Deus. Adão livremente escolheu um curso de independência de Deus – o curso que a humanidade tem seguido desde então.

Nada deve ser permitido de modo a interferir na obra de Cristo. Qualquer ensino que sugira que um homem tem alguma parte em sua própria redenção diminui, em certa medida, a obra de Cristo e isso deve ser evitado. A supremacia e a natureza inclusiva da obra de Cristo devem ser respeitadas. Da mesma forma, a depravação do homem não deve ser negada. Apesar da confusão quanto a essas coisas, há uma grande paz em conhecê-las. Entender que tenho vida eterna por meio do exercício soberano da vontade de Deus, me dá a certeza de que minha salvação está segura até o fim. Com gratidão reconhecemos que a obra é inteiramente de Sua própria feitura.

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