Origem: Livro: Os Patriarcas

Isaque colocado de lado

Isaque, pergunto, era um vaso arruinado na roda do oleiro? Ele foi um vaso deixado de lado por não ser adequado para uso do Mestre? Ou pelo menos não está mais apto para isso? Sua história parece nos dizer isso. Abraão não tinha sido assim. Todas as características distintivas do “estrangeiro aqui”, todos os frutos próprios daquela energia que o vivificou no início, foram carregados nele e por ele até o fim. Já vimos isso na caminhada de Abraão. (Veja “Abraão”.) A folha de Abraão não murchou. Ele deu frutos na velhice. O mesmo aconteceu com Moisés, com Davi e com Paulo. Eles morrem vestindo seus jugos, no arado ou na batalha. Erros e mais do que erros cometeram no caminho, ou na sua causa, ou no seu trabalho; mas eles nunca são colocados de lado. Moisés está aconselhando o arraial perto das margens do Jordão; Davi está ordenando as condições do reino e colocando-o (em sua beleza e força) nas mãos de Salomão; Paulo está com sua armadura, seus lombos cingidos. Quando, como posso dizer, estava próximo o momento de sua partida, o Mestre, como lemos em Lucas 12, encontrou-os “fazendo assim”, como os servos deveriam ser encontrados. Mas não foi assim com Isaque, Isaque é deixado de lado. Durante quarenta longos anos nada sabemos sobre ele; ele estava, por assim dizer, decaindo e definhando. O vaso estava enferrujando até enferrujar por completo.

Certamente há sentido em tudo isso, sentido para nossa admoestação.

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