Origem: Livro: Os Patriarcas
Julgamento, livramento e separação
Em tal crise, entretanto, nesse dia do julgamento de Sodoma, ou da derrubada das cidades da campina, como em qualquer outro dia, há dois assuntos incidentais a serem profundamente ponderados por nossa alma; há livramento do julgamento e há separação antes que ele chegue. Temos Ló e Abraão. Ló foi livrado, quando chegou a hora da crise; Abraão está separado antes dela chegar.
Tudo isso é muito para ser pesado em nossos pensamentos. Julgamento, livramento, separação – estes são os elementos da ação aqui, e são cheios de significado e de aplicação à nossa própria história como Igreja de Deus e ao mundo que nos rodeia.
Antes de esta ação começar, Abraão estava em um lugar celestial. Ele era um estranho na Terra, tendo apenas sua tenda e vagando de um lugar para outro sem possuir sequer um pedaço de terra, nem ainda o espaço de um pé – e agora, quando chega o julgamento, ele está completamente separado dela, como Enoque, o Enoque celestial, em outro e anterior dia de julgamento. Cada um deles, no dia da visitação, estava do lado de fora, além ou acima do cenário da ruína; não apenas livrado dela quando a hora chegou, mas separado dela antes que viesse.
Abraão já havia estado com o próprio Senhor em uma elevação que dava vista para Sodoma, enquanto ele e o Senhor caminhavam juntos desde a planície de Manre; e agora, quando o julgamento atinge aquela cidade apóstata e contaminada, Abraão está novamente, naquele lugar alto, contemplando a desolação ao longe. Ele estava (no espírito do lugar onde estava) em companhia d’Aquele que estava executando o julgamento. Mas Ló é apenas resgatado. Ló é um homem livrado, Abraão é um homem separado. Assim como Abraão é o Enoque, Ló é o Noé destes dias posteriores, e é retirado da cidade entregue à destruição.
