Origem: Livro: Os Patriarcas
A luz de Eliú vinda de Deus
Eliú, em quem havia uma “manifestação do Espírito”, finalmente entra em cena, trazendo a luz de Deus para manifestar essas formas de trevas. Ele ouvira os discursos e controvérsias desses irmãos, mas com modéstia e reserva, como convinha à sua idade, na presença de homens anciãos, havia se calado até então. Ele esperou até que uma multidão de dias, que deveria conhecer a sabedoria e falar de entendimento, proferisse a sentença da verdade. Mas agora ele fala. A agitação do Espírito o constrange. Ele fica em silêncio enquanto há uma questão entre Jó e eles, mas não ousa renunciar aos direitos do Espírito nele. Ele não pode respeitar a pessoa de nenhum homem agora. Nos dias de Jó, Deus escolheu a coisa fraca, como tem feito desde então. Eliú era apenas um jovem. Timóteo era o mesmo. Mas os homens anciãos falharam. A pedra de ajuda está em outro jovem de Belém. Pois, do começo ao fim, deve-se saber que o bem que é feito na Terra, Ele mesmo o faz. “Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o SENHOR”. Elifaz e seus companheiros não poderão dizer: “Achamos a sabedoria”; pois “Deus o derrubou, e não homem algum”, disse Eliú sobre Jó.
Jó deveria ser repreendido. Ele havia afirmado a arbitrariedade da mão divina ao tratar com o homem e, explicando dessa forma seus sofrimentos presentes, ele era até agora “justo aos seus próprios olhos”. Eliú mostra que isso não era assim; que tudo era a santa disciplina d’Aquele que, conhecendo o fim desde o início, sempre aconselha o melhor para Seu povo. Nem ele, como os outros, tirará proveito de si mesmo, ou dos mais velhos ou dos pais. Ele não se curvará, no caminho da religiosidade humana, a quaisquer nomes ou tradições, por mais venerados que sejam, mas, guiado pelo Espírito, prosseguirá no caminho onde brilha a luz de Deus.
Eliú não se juntará para lançar sobre Jó a acusação contra a qual sua consciência verdadeiramente resistiu. Mas ele dirá a Jó que os pensamentos da consciência não devem governar o seu julgamento, nem ditar os seus discursos; que ele deveria antes ter permitido a sabedoria divina em toda essa disciplina dolorosa, do que concluir sobre a arbitrariedade divina nela, só porque a consciência estava limpa. Ele diz a Jó que esta deveria ter sido sua palavra: “Na verdade, quem a Deus disse: Suportei castigo, não ofenderei mais. O que não vejo, ensina-me Tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer” (ACF).
“Um labirinto poderoso”, dirá a filosofia, “mas não sem um plano”. “Deus é Seu próprio intérprete e Ele deixará isso claro”, dirá um poeta Cristão. E é um pensamento verdadeiro e belo. Mas a sabedoria inspirada aconselha e ensina desta maneira: “Embora digas que não O verás, ainda assim o julgamento está diante d’Ele; portanto confia n’Ele” (Jó 35:14 – KJV). Pois devemos saber que propósitos de sabedoria e bondade governam todos os eventos, embora outro dia tenha que declará-lo. O “julgamento” está sempre “diante dele”, como diz Eliú. E Deus deve ser justificado nos pensamentos de Seus filhos agora, como Ele será na face do céu e da Terra em breve (Mt 11:19; Sl 51:4; 50:4).
