Origem: Livro: Impedimentos à Comunhão

Mas, as pessoas estão sendo salvas

Você, talvez, argumentará: “Mas, considere quantas pessoas estão sendo salvas; e se as pessoas estão sendo salvas, certamente tal objetivo exige a nossa cooperação ativa”. Há duas respostas para tal questão. Primeira, é triste notar como continuamente o homem e sua bênção excluem ou inferiorizam o pensamento de Deus e Sua glória. É verdade que almas estão sendo salvas pelo ministério da Palavra, e somos muito gratos que Deus, em Sua terna misericórdia, esteja assim reunindo tais números antes da vinda do Senhor. Mas devemos descansar nisso? Ele, por cuja graça a bênção é recebida, não deve ter glória daqueles que pregaram a Palavra ou daqueles que estão sendo salvos? Nem por um minuto desejo insinuar que os pregadores e convertidos esquecerão a fonte da bênção, mas o que quero dizer é o seguinte: Não deve ser afirmada a reivindicação de Deus sobre os salvos? Não devem ser lembrados de que, sendo salvos, são salvos não apenas para sua própria bênção, mas para a glória de Deus e que Deus será glorificado ao entrarem no caminho da separação e tomarem o lugar de obediência e testemunho? O desejo do coração de Deus por eles não é realizado até que tenham saído do arraial para Cristo, levando Seu vitupério.

Parece quase cruel dizer às pessoas recém-convertidas, em resposta à sua pergunta: “Qual é o meu próximo passo?” que devemos encaminhá-la para o seu próprio estudo da Escritura. Recentemente, perguntei a alguém que acabara de se converter: “Você está na mesa do Senhor?” Sua resposta foi: “Há tantas mesas, não sei qual é a do Senhor”. Essa é apenas uma amostra dos muitos crentes que estão “errantes como ovelhas que não têm pastor”. Que os evangelistas, portanto, tomem sua posição sobre a Palavra de Deus, estando preparados a todo custo, mesmo à custa da cooperação de muitos irmãos amados, e da popularidade também, para ter a glória de Deus diante deles como a primeira coisa em seus próprios trabalhos. Que eles também coloquem isso diante daqueles que são salvos pelo seu ministério. Enquanto isso não acontecer, não posso estar associado a eles.

Em segundo lugar, se eu tiver que cooperar com todos os que são usados na conversão dos incrédulos, terei que me associar com católicos, ritualistas e todos os outros setores da Cristandade[16]. A conclusão errada está em supor que Deus endossa a posição e os caminhos de todos os que são usados dessa forma. Muitos são assim enganados. Li uma carta de um ministro a um crente que havia sido conduzido para fora do arraial, na qual ele defendia exatamente esse ponto de vista. Ele disse que era uma coisa muito solene se opor a um ministério que Deus tão manifestamente reconhecia pela bênção que Ele concedera por meio desse ministério. Mas a questão é esta (e certamente um mestre da Palavra deveria ter se lembrado disso). Será que o ministério em questão é sancionado pela Escritura? Se for, somos obrigados a recebê-lo; se não for, somos igualmente obrigados a rejeitá-lo. É assim com aquele que é usado na conversão de almas. Embora eu honestamente bendiga a Deus pela manifestação de Sua graça, para minha própria direção, tenho apenas que perguntar: Os caminhos e a posição do obreiro estão de acordo com a Palavra de Deus? Se estiverem, posso sinceramente dar as mãos a ele; se não estiverem, não posso me associar a ele em sua falsa posição, em sua desobediência. Isso é por desobediência, embora ele possa estar inconsciente disso.
[16] Esse é um problema real hoje em dia com outros pregadores de boa fé como Billy Graham e uma série de outros.

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