Origem: Livro: Impedimentos à Comunhão
O ministério
Deixe-me aplicar um ou dois testes. Tome primeiro o ministério, conforme praticado nas denominações, seja na organização estabelecida ou pelos dissidentes[1]. Existe uma única Escritura que justifique a nomeação (de qualquer maneira) de um homem “para conduzir sua adoração”? Como você sabe, mostrei conclusivamente no livreto que escrevi intitulado “O Passo que Tomei” que a teoria do “ministério de um homem só” é totalmente desconhecida na Palavra de Deus. É verdade que encontramos anciãos, mas nunca um sozinho numa assembleia. O ofício deles era principalmente governar (ou liderar), embora alguns também possuíssem o dom de ensinar, pois lemos sobre aqueles que trabalham na Palavra e na doutrina. O que defendemos é que não há nenhuma classe de homens na Escritura que corresponda da maneira mais remota aos ministros na organização estabelecida ou pelos dissidentes.
[1] Por organização estabelecida, o autor se refere à Igreja oficial do Estado, neste caso a Igreja da Inglaterra ou a Igreja Anglicana. Os dissidentes indicam aqueles, às vezes chamados de não conformistas, como os Batistas, que deixaram a Igreja nacional ou estabelecida. ↑
Permita-me uma pergunta simples: Por quem esses ministros são nomeados? É pelo homem em todos os casos; entre os dissidentes, pelo povo (que elege seu ministro por voto); na estabelecida, geralmente pelo patrono dos “vivos”[2] e pelo bispo. É pelo homem, sem qualquer autoridade ou sanção divina, pois onde pode ser encontrada a Escritura que autoriza o povo, ou o patrono e o bispo, a dar um passo tão solene? Paulo, um apóstolo, com Barnabé, nomeou anciãos (At 14:23) e Paulo instruiu Tito a fazê-lo (Tt 1:5). Em nenhum lugar pode ser encontrado que a autoridade para nomear presbíteros, muito menos ministros, tenha sido dada à assembleia local ou ao patrono de um “vivo”.
[2] É feita referência aqui à ordenação de “ministros” e à hierarquia na Igreja da Inglaterra, onde o Primeiro-Ministro seleciona ou nomeia os bispos, autorizados pela Rainha como Chefe da Igreja nacional. ↑
Sendo assim, os ministros nomeados dessa forma recebem seu ofício, não da Cabeça da Igreja, Cristo, mas do homem (não nego que em muitos casos eles tenham um verdadeiro dom). Portanto, se eu os reconheço, reconheço a autoridade do homem em oposição à autoridade de Cristo.
