Origem: Livro: Os Patriarcas

Misericórdia adicional

O Senhor havia feito, como sabemos, grandes promessas a Abraão: as mesmas foram repetidas a Isaque e agora, em Betel, são dadas a Jacó. Mas, para Jacó, algo muito distinto dessas promessas comuns é acrescentado: “eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito” (Gn 28:15). Esta foi uma nova promessa, uma misericórdia adicional; só porque Jacó precisava disso, o que Abraão e Isaque não precisavam. Jacó era o único dos três que precisava que o Senhor estivesse com ele onde quer que fosse, e o trouxesse para casa novamente. Jacó, por seu próprio comportamento prejudicial, tornou essa misericórdia adicional necessária para si mesmo e, em graça abundante, ele a obtém e a visão da escada a garante. As promessas a Abraão e a Isaque não incluíam este cuidado providencial e angelical. Eles permaneceram na terra; mas Jacó se tornou um exilado, que precisava do cuidado e da vigilância de uma supervisão especial do céu, e ele consegue. E é a isso, acredito, que Jacó se refere, quando diz a José: “As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais” (Gn 49:26). Este cuidado angélico que velou sobre ele, sob comissão direta do céu, em seus dias de exílio e trabalho penoso, aos quais o seu próprio erro havia incorrido, distinguiu-o como um objeto de misericórdia e deu-lhe “bênçãos” acima das de seus “pais”. E neste caráter ele alcançou a “extremidade dos outeiros eternos”. Ele era herdeiro do reino como credor de uma misericórdia especial, por meio daquela graça abundante que o ajudou e o manteve em meio aos frutos amargos de seu próprio comportamento prejudicial. Como Davi, em sua época, triunfou no “concerto eterno” feito com ele, embora no momento sua casa estivesse em ruínas por causa de seu próprio pecado (2 Sm 23).

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