Origem: Livro: Os Patriarcas
O movimento da glória
Até esse dia de Ezequiel a glória comunicou-se com Israel em poder. Foi uma glória, ou presença divina, que julgou o Egito, guiou o arraial pelo deserto, derrotou as nações de Canaã, dividiu suas terras entre as tribos e depois assentou-se no templo e no trono em Jerusalém. Tudo isso foi a glória em poder. Mas, como vimos, Israel agora a perdeu e ela retorna ao céu. Mas ela tinha outro caráter para se mostrar a si mesma. Esta mesma glória, ou a presença divina, o próprio Deus, retorna velada na Pessoa de Jesus; em Quem, como Galileu rejeitado, ou Filho de carpinteiro, não tendo onde reclinar a cabeça, em pior situação no mundo do que os pássaros ou as raposas, andou pela terra de Israel na mais plena graça, curando, pregando, trabalhando arduamente, vigiando; pobre, mas enriquecendo a outros; sedento e faminto, mas alimentando milhares, e em tudo tão simples e seguramente declarando-se ser a própria glória, como fez quando dividiu as águas do Jordão ou derrubou os muros de Jericó. Só que agora era a glória em sua graça, como havia sido a glória em seu poder naquela época. Nesta forma, porém, Israel, ou a Terra, também a perdeu, embora ela não tenha deixado a Terra da mesma maneira. Anteriormente, quando rejeitada em seu poder, ela deixou a Terra, por si mesma, em justa ira, ressentida com a afronta feita à sua majestade, e retirando-se em juízo (Ezequiel 1-11); mas agora, sendo rejeitada em sua graça, é finalmente mandada embora em vez de retirar-se. No entanto, quer vejamos a glória em poder ou em graça, a Terra a perdeu e ela está agora oculta nos céus (Veja Atos 7:55).
Esta é a história da glória desde Ezequiel 11 até a ascensão de Jesus. E é novamente onde o profeta de Deus a viu se movendo naquele capítulo, ou seja, no céu. Só que agora ela está reunindo ali a plenitude dos gentios, recebendo para si mesma os “irmãos santos, participantes da vocação celestial”. O Espírito Santo veio para nos contar aqui sobre a glória ali, para nos associar à sua própria história maravilhosa, ou para fazer da porção dela a nossa porção.
Tal é o lugar e tal a ação da glória agora.
