Origem: Livro: Os Patriarcas
A noiva em Raquel
Raquel, a próxima na ordem, se mostra para nós. E nela temos a Noiva novamente, embora com um caráter diferente. Aqui encontramos aquele que deveria possuí-la e se regozijar nela, peregrinando e trabalhando arduamente por ela. E isso é tão verdadeiro, no mistério, quanto o outro. Pois, em certo sentido, Cristo só precisa receber Sua Noiva das mãos do Pai e do Espírito Santo, o dom de Um e a obra do Outro – mas, em outro sentido, Ele próprio foi para a terra distante, e (como já observei sobre o Noivo) trabalhou arduamente e foi reprovado e injustiçado por ela. Em tudo isso, Jacó representa o verdadeiro Noivo. O Senhor Jesus pessoalmente suportou o calor do dia sozinho. Ele não tinha onde reclinar a cabeça, como Jacó – ausente da casa de Seu Pai e do lugar de Sua herança – injustiçado repetidas vezes em um mundo que, como Labão e sua casa, sempre busca o que é seu; e ainda assim, suportando tudo isso, e disposto a suportar tudo isso, pelo amor que Ele tinha por aquela em quem Seus olhos pousaram; como os sete anos de serviço de Jacó lhe pareceram apenas alguns dias, por causa de seu amor por Raquel.
Este é um retrato muito impressionante da verdade quanto qualquer outro que já temos visto; aqui o mesmo mistério da Noiva ainda nos é proclamado, embora ainda numa parte distinta dele. Em Eva, tivemos a sua plena aptidão pessoal para o seu Senhor – em Rebeca a tivemos como objeto da eleição do Pai e do cuidado do Espírito, a fim de entregá-la a Cristo – em Raquel, a vemos como o prêmio, a quem o Senhor coloca diante de Seus próprios olhos, por cuja causa Ele Se entregará ao exílio, ao trabalho árduo e às injustiças. Conforme refletido em Isaque, Ele não tem nada a fazer por ela; conforme refletido em Jacó, Ele tem tudo a fazer por ela.
