Origem: Livro: A Lei – O Relacionamento Apropriado do Cristão com a Lei

Observações Finais

Alguém sob a lei está focado em si mesmo. Vemos isso em ação na Galácia. A lei clamava por amor, mas não produzia o amor (Lv 19:18). Os gálatas descobriram que a sujeição à lei resultou em morder e devorar uns aos outros (Gl 5:15). O amor, por outro lado, é a própria expressão da nova natureza. “Porque a caridade {ou o amor} é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus” (1 Jo 4:7). Aquele que anda no poder do Espírito de Deus não pode deixar de mostrar amor: “O fruto do Espírito é: amor” (Gl 5:22). É a “lei da liberdade” (Tg 2:12) para o crente – não há obrigação ou escravidão associada a ela. Se meu filho gostasse de correr, pedir-lhe que corresse até ao mercado não seria uma imposição. Não, antes, seria uma alegria para ele.

A lei não pode produzir amor, mas o amor, por outro lado, resultará em fruto que cumpre os justos requisitos da lei: “Toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5:14). E novamente: “Porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor (Rm 13:8-10). A última parte do versículo poderia ser mais bem traduzida: “o amor, portanto, é toda a lei” (JND). O amor abrange toda a lei; não podemos dizer o contrário.

Talvez alguns pensem que estamos divagando. Eu creio que não. Há tanta coisa escrita no Novo Testamento a respeito da lei e do Cristão que não podemos questionar a importância do assunto. Superficialmente, a diferença entre estar sob a lei em comparação ao andar no poder do Espírito para que a justa exigência da lei seja cumprida em nós, pode parecer pequena, mas é realmente profunda. A lei veio para que as ofensas abundassem (Rm 5:20); ela se endereça à carne e a condena completamente. O que a lei não podia fazer, por ser fraca pela carne, Deus fez de outra forma. Se deixarmos de lado o que Deus fez, nos colocaremos em terreno perigoso. A graça é um princípio totalmente diferente da lei (Rm 10:4-10). Não estamos mais buscando nossa própria posição justa diante de Deus. Somos livremente justificados por Sua graça e estamos diante de Deus onde Cristo está. Temos uma nova vida em Cristo e temos de viver no benefício dessa vida no poder do Espírito Santo. Nosso objetivo não é mais nós próprios, mas Cristo. Enquanto a lei disse faça e viva; a graça nos deu vida para que possamos viver e fazer.

Os primeiros crentes foram seduzidos por outros a abandonar a liberdade que era deles em Cristo: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5:1). Isso continua sendo verdade hoje. Estarmos debaixo da lei, seja para justificação ou como regra de vida, é parte de um problema muito maior, quer seja, o de confundir a Igreja com Israel. Esta não é apenas uma questão doutrinária; é o âmago do problema. O homem deseja uma religião adequada à carne com aspirações terrenas. Isso, o Cristianismo enfaticamente não é.

N. Simon

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