Origem: Livro: A Instituição do Matrimônio e Assuntos Relacionados
Outro Novo Relacionamento – Cap. 20
Com a chegada do precioso bebê no lar, inicia-se um novo relacionamento. O jovem casal não mais ocupa somente o relacionamento de marido e mulher um com o outro; eles agora são pai e mãe de um recém-nascido. Uma grande mudança ocorreu no lar, pois agora são pais, experimentando as emoções e sentimentos dos pais. Com o nascimento de seu filho nasceu um novo círculo de afeições inteiramente novo. É com certeza tempo de regozijo, e nos leva a pensar no regozijo que é levado ao coração de Deus quando pobres pecadores se voltam a Ele, e em fé viva, creem no Senhor Jesus Cristo. O poeta Watts disse:
“No céu, gozo triunfante é encontrado,
Quando filhos para Deus são gerados”.
Os jovens pai e mãe agora tem um objetivo comum para suas afeições. Não há nada como o nascimento de seu primogênito para unir o coração de ambos. Certamente eles amarão cada um e todos seus filhos posteriores com o mesmo amor de pai e mãe, mas o advento do primogênito é o que os traz para esse relacionamento, e abre a fonte, até então, adormecida das afeições paternas, e dá um senso de responsabilidade paternal. Quando a mãe segura em seus braços aquele querido bebê, sua própria carne e sangue, pela primeira vez, ela aprende o que são as afeições de mãe; da mesma forma o pai experimenta os sentimentos quando carinhosamente segura seu próprio filho ou filha.
Essas afeições abençoadas são de Deus; foi Ele Quem os colocou no seio humano. Ser desprovido desse sentimento seria uma grande falta, de fato; e mostraria quanto absorvidos do espírito dos “últimos dias” quando os homens são “sem afeto natural” (2 Tm 3:1-3).
É normal para os pais serem solícitos com seus filhos, e desejem dar a eles coisas boas. O Senhor tomou conhecimento disso, e usa isso como uma ilustração dos desejos de nosso Pai de nos abençoar com coisas boas. “Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais o Pai, que está nos céus, dará bens aos que Lhe pedirem?” (Mt 7:11). Que os pais se lembrem disso quando buscarem coisas boas para seus filhos.
Devemos acrescentar uma palavra de atenção, entretanto, pois a verdadeira demonstração de amor a nossos filhos não deve ser medida pelo número ou grandeza de coisas materiais que damos a eles. Pais que tem poucos recursos nesse mundo, ainda podem esbanjar afeição por seus filhos, e afeição pode ser vista e sentida onde não há nenhuma capacidade de dar presentes caros. Nem sempre o filho que tem “tudo o que o coração pode desejar” é o mais feliz; com frequência o mais feliz e mais contente dos filhos são aqueles que possuem poucos brinquedos e outras atrações. Os pais devem ser sábios em seu desejo amoroso de dar; isso deve ser temperado com moderação e ajustado à renda básica, levando em consideração todas outras questões temporais, e aquilo que pertence ao Senhor. A consideração e interesse no bem-estar de seus filhos, e em suas atividades, e pequenas coisas baratas as quais manifestam estes elementos, significam mais para eles, do que as grandes somas gastas em bugigangas, ou em brinquedos que serão esquecidos amanhã. Há também presentes inestimáveis, coisas que o dinheiro não pode comprar, que podem e devem ser dados – os tesouros da sabedoria da Palavra de Deus, conselhos sábios, e treinamento mental. Alguns desses virão diante de nós nos capítulos seguintes.
Pais carinhosos devem tomar cuidado de não tornar o filho dado a eles por Deus, num ídolo. Há o perigo de permitir que a dádiva se coloque entre os pais e o Doador. Algumas vezes, Deus tomou para Si um filho amado, quando Ele viu que o coração dos pais estava se enlaçando muito com ele.
O nascimento do primogênito para o jovem pai e mãe, traz também outros para um novo relacionamento; esses novos pais podem ter pais e mães, que pela primeira vez se tornarão avôs e avós. Sendo avós, têm suas próprias alegrias e compensações, pois eles, também, têm a oportunidade de demonstrar suas afeições para seus “filhos dos filhos” (Pv 17:6). Avós podem ser de grande e verdadeira ajuda, e influência para o bem, mas talvez haja uma maior tendência com eles do que com os pais, de mimar os netos com excesso de tolerância e presentes caros. É preciso graça e sabedoria para ser bons avós.
