Origem: Livro: A Instituição do Matrimônio e Assuntos Relacionados

Outros Problemas – Cap. 25

Filhos em crescimento apresentam muitos problemas aos pais Cristãos exercitados que procuram criá-los na doutrina e admoestação do Senhor. A educação pública obrigatória cria alguns deles, e intensifica outros, pois as escolas e os professores são apenas um reflexo de um mundo que está amadurecendo rapidamente para o julgamento. Todo o sistema de educação é voltado para o mundo – o mundo que jaz no maligno.

É evidente que os pais não podem sair do mundo com seus filhos, então terão que enfrentar as circunstâncias como são, mas Deus é capaz de ajudá-los, e de mostrar a eles como enfrentar as exigências do caminho. Uma coisa que ajudará os pais nesses problemas é ter o entendimento das influências básicas que estarão em ação nas escolas; então, podem buscar, com a ajuda do Senhor, proteger seus queridos filhos contra os ataques do inimigo.

A infidelidade e a falta de confiança em Deus e em Sua Palavra são muito predominantes. Desde as instituições de ensino superior (onde é mais forte) até as escolas primárias, as crianças estão propensas a terem o veneno da infidelidade traiçoeiramente sugerido, ou descaradamente ensinado a elas. O primeiro passo para enfrentar esse perigo é orar muito a Deus para que seus preciosos filhos possam ser preservados de serem influenciados por isso. Então, as crianças devem aprender a respeitar a Palavra de Deus como é na verdade – A PALAVRA DE DEUS – e enquanto devem respeitar seus professores, devem aprender que tudo o que é contrário à Palavra de Deus é errado. Há um versículo em Isaías que as crianças devem aprender: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Is 8:20 – ACF).

Os professores podem falar com precisão sobre problemas de matemática, ou sobre muitos assuntos, mas se falam contrário à Palavra de Deus, não têm luz neles – nem mesmo um pouco. Aqueles que negam a Deus, ou questionam a Bíblia como Sua Palavra para nós, ou ensinam qualquer coisa contrária à Sua revelação da criação, estão em trevas. Não há tal coisa como o homem pré-histórico, pois Adão foi o primeiro homem e temos sua história. Nem o encontro de “evidências” do que eles chamam de “homem primitivo” seja uma prova de que o homem estava se evoluindo, mas sim uma prova de que o homem caiu da condição em que foi primeiramente colocado por Deus. O “homem das cavernas” não é prova de evolução, mas de retrocesso – não é o homem ascendendo de uma ordem inferior, mas o homem caindo sob o poder do inimigo, e afastando-se de Deus.

Uma criança enraizada e fundamentada na verdade de Deus, como revelada em Sua Palavra, não será facilmente movida pela infidelidade ensinada na sala de aula. Mas os pais têm a grande responsabilidade de fortalecer seus filhos contra as mentiras do inimigo.

Outro grave perigo que atinge os filhos dos Cristãos é a imoralidade; é predominante em um grau alarmante nas escolas, escolas secundárias e faculdades do país. As chamadas nações Cristãs estão percorrendo rapidamente a mesma estrada outrora trilhada pelo antigo Império Romano, onde a virtude era praticamente inexistente. O padrão de moralidade do mundo mudou muito na última década ou duas. Um servo do Senhor disse certa vez: “O mundo é governado por duas coisas – suas concupiscências e a opinião popular”. À medida que a opinião popular declina e as coisas antes evitadas com desgosto e repulsa são agora comumente aceitas, o homem tem apenas suas concupiscências perversas para guiá-lo.

Podemos muito bem tremer ao ver crianças puras e simples lançadas em tais contatos malignos nas escolas, mas aqui, novamente, o ensino que recebem em casa e nas reuniões deve fortalecê-las contra a conduta imoral e indecente. Nenhum bom propósito será alcançado ao ignorarmos os fatos; é melhor encará-los. As crianças Cristãs precisam ser ensinadas que seus corpos são para o Senhor, e o que é adequado. Com uma curiosidade natural, é provável que aprendam com seus colegas de escola coisas que são impuras; por isso, é importante que os pais preparem seus preciosos filhos para resistir às más influências.

Satanás, o deus deste mundo, tem estado preparando a era moderna para um retorno aos moldes dos atos degradantes de Sodoma e Gomorra. A modéstia não é ensinada às crianças, mas toda a tendência no vestuário e no comportamento é em direção à frouxidão e à quebra do decoro. Não que defendamos o puritanismo, mas os pais Cristãos devem ter o cuidado de instruir seus filhos sobre como devem se comportar com respeito à modéstia e discrição. O mundo nunca foi capaz de estabelecer um padrão para o filho de Deus.

O terceiro grande perigo do atual sistema educacional é sua política de ensinar nossos filhos a serem grandes no mundo. Em todos os aspectos, isso se opõe ao chamado celestial e ao caráter do Cristão. As crianças são ensinadas a escalar e se destacar socialmente, economicamente, e em todo tipo de empreendimento. O que devemos almejar é passar pelo mundo com a menor contaminação possível, olhando para Jesus como Aquele que correu toda a carreira da fé e está assentado à destra de Deus (Hb 12:2). Devemos ter uma certa quantidade de educação do mundo, e algumas ocupações podem exigir treinamento especializado além da exigência legal, mas para o Cristão, sua educação, em qualquer quantidade necessária que seja, deve estar de acordo ao seu viver para glorificar a Deus enquanto transita por um mundo perverso. Nunca deve ser usado como um trampolim para se tornar grande neste mundo onde nosso Senhor foi expulso. É quase uma traição a Ele buscar ser grande na casa de Seus inimigos. É salutar lembrar que quanto mais alto subimos neste mundo, mais nos aproximamos de sua cabeça, seu deus e príncipe. É mais fácil seguir com Deus de maneira modesta, tranquila, e despretensiosa, do que quando se ocupa um lugar de importância neste mundo. Quando o Senhor foi expulso do mundo, Sua partida não causou nenhuma agitação em seu curso. Que os Cristãos andem como Ele andou.

(Quando consideramos a necessidade de proteger nossos filhos contra uma filosofia mundana que vai ensiná-los serem grandes no mundo que odeia nosso Senhor, é bom acrescentar algumas palavras com relação à necessidade de aconselhá-los e ajudá-los em escolher uma ocupação apropriada para a vida. Isso não deve ser feito sem muita oração por sabedoria e orientação divina. Os pais devem ser capazes, por experiência e observação, de ajudar indicando o caminho correto para eles. Há algumas ocupações que não podem ser empreendidas por um Cristão sem uma séria perda espiritual; um filho ou filha deve ser alertado contra isso. Depois, há outras que podem ser satisfatórias em si mesmas, que não se adequariam ao seu temperamento ou capacidade. Seria tolice tentar que um jovem que não tem aptidão para lidar com números, fazer dele um contador, ou tornar em um homem de negócios um filho que simplesmente não tem nenhuma habilidade para negociar. Algumas pessoas podem trabalhar bem com suas mãos que poderiam não ter sucesso em mais nada; e não há nenhuma desonra conectada com trabalho manual honesto. Algumas pessoas, tem tido muitas dificuldades ao longo da vida pela razão de tentar fazer algo para o qual não foi preparada. É bom quando alguém pode ter um meio de ganhar a vida de forma que “permaneça diante de Deus” (1 Co 7:24 – ARA). E o que quer que seja – negócio, profissão, ou trabalho manual – que possa ser somente um meio de ganhar a vida enquanto passamos por esse mundo; nossa principal preocupação deve ser fazer tudo para a glória de Deus).

Há um traiçoeiro princípio que frequentemente opera no coração dos pais Cristãos; que é buscar grandes coisas para seus filhos. Muitas vezes, os pais estão satisfeitos em passar pelo mundo com pouco para si mesmos, mas se esforçam para ajudar seus filhos a alcançarem grandes alturas. O profeta Jeremias recebeu instruções para falar assim a Baruque: “Buscas tu para ti mesmo coisas grandes? Não as busques” (Jr 45:5 – TB). Poderíamos nós perguntar com um espírito semelhante: “Buscas tu coisas grandes para teus filhos? Não as busques”, mas, em vez disso, busquemos que eles possam percorrer este mundo com piedade e contentamento, honrando a Deus e glorificando a Cristo. Um querido pai Cristão que ajudou seus filhos a alcançar grandes posições, mais tarde viu, para sua tristeza, que isso foi feito com grande perda espiritual e dano para eles, e foi ouvido lamentando por seu filho: “Eu preferiria que ele estivesse varrendo as ruas da cidade”.

Ló pode ter desejado para seus filhos as vantagens que Sodoma oferecia, mas isso foi para a ruína deles. Quantos pais levaram seus filhos para o mundo, e, em seguida, quando perceberam o que havia acontecido (pois tais passos, frequentemente, são quase imperceptíveis no início), procuraram tirá-los, mas descobriram que era impossível. Ló levou sua família para Sodoma, e perdeu alguns de seus filhos lá, e aqueles que foram “salvoscomo que pelo fogo” (1 Co 3:15 – AIBB), foram uma vergonha e um desgosto para ele. Ah, que os pais Cristãos possam perceber o perigo do mundo para seus filhos, e tomem todo o cuidado para mantê-los afastados dele, e instruí-los sobre como deveriam viver nele!

Outro teste, frequentemente, encontrado em tempos de escola é o de decidir entre associar-se a organizações onde crentes e incrédulos estão ligados por um propósito comum, ou obedecer a determinação do Senhor: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos” (2 Co 6:14 – ARA). Este aviso é abrangente, e engloba todas as esferas da vida. Pressão é, frequentemente, aplicada às crianças nas escolas para que se associem a alguma organização, e então seus pais são impelidos a permitir que façam isso. Citamos aqui as palavras de um servo do Senhor a um jovem Cristão. Ele disse a ele: “Vou lhe dar alguns conselhos que, se seguidos, irão preservá-lo de muitos problemas – NUNCA SE ASSOCIE A NADA”. Este é um conselho saudável.

O mundo diz: “A união faz a força”, e é por meio de organizações que o mundo funciona, mas o Cristão que obedece à Palavra de Deus evitará toda e qualquer associação com incrédulos para qualquer propósito, mesmo para objetivos louváveis como filantropia e religião. A fidelidade nesta separação pode custar algo, mas Aquele que te chama para sair e ser separado também diz: “Eu vos receberei; e Eu serei para vos Pai diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Co 6:16-17). Em outras palavras, Aquele que diz: “apartai-vos” (2 Co 6:17), promete: Farei a parte de um pai e cuidarei de vocês; e lembrem-se, Sou capaz de fazer isso porque Eu Sou Todo-Poderoso. E “é melhor confiar no SENHOR do que confiar no homem” (Sl 118:8). É melhor ter a aprovação do Senhor do que a ajuda e o favor do mundo.

Nos dias de Josué, os israelitas corriam o perigo de servir aos ídolos dos pagãos, assim como hoje os Cristãos são tentados a servir ao mundo e seus objetivos, mas Josué resumiu o assunto em poucas palavras, e colocou-o claramente diante deles. Ele colocou Jeová, o Deus de Israel, de um lado, e todos os ídolos do outro, e disse-lhes: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24:15). Eles iam servir a um ou a outro. O próprio Senhor disse: “Nenhum servo pode servir a dois senhores Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Lc 16:13). Que haja mais, como Josué, que possam falar por si mesmos e por sua família: “Porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24:15). Que o Senhor conceda a todos nós, esse propósito de coração, por um lado, e um grande senso de nossa própria fraqueza, por outro, para que lancemos a nós mesmos e nossa família a Ele por Sua ajuda para assim “andar e agradar a Deus” (1 Ts 4:1).

O percurso de uma geração inteira foi acompanhado nos capítulos anteriores, começando com os jovens dando os primeiros passos que podem levar ao casamento, até os filhos chegarem à idade em que farão a mesma coisa. Procurei apresentar os princípios das Escrituras que deveriam nos guiar nos vários problemas e exigências do caminho da peregrinação, e (apesar de sentir que isso foi feito de maneira imperfeita) apresento isso agora ao leitor com o desejo sincero de que possa ser lido com proveito. Usei o pronome nós para expressar conclusões, observações, e apelos, pois os julgamentos expressos não são de modo algum apenas os do escritor; eles representam o julgamento de muitos homens piedosos, tanto contemporâneos quanto de anos passados, e são endossados pelos editores.

Que o Senhor abençoe este pequeno tratado para muitos queridos jovens Cristãos, para que no fim eles possam estar estabelecidos e fortificados para o caminho através desse mundo maligno, e que tudo possa redundar em louvor e glória a Ele que deu a Si mesmo por nós.

“Permanecendo no amor celestial,
Nenhuma mudança meu coração temerá,
E seguro em tal confiança,
Pois nada muda aqui.
A tempestade pode rugir ao meu redor,
Meu coração pode estar abatido,
Mas Deus está ao meu lado,
Posso eu ficar desanimado?

Onde quer que Ele me guie,
Nenhuma necessidade me fará retroceder;
Meu Pastor está ao meu lado,
E nada me faltará.
Sua sabedoria está sempre desperta,
Sua visão nunca é turva;
Ele sabe o caminho que toma,
E eu andarei com Ele.

“Pastos verdejantes estão diante de mim,
Que ainda não vi,
Céus brilhantes logo estarão sobre mim,
Onde as nuvens escuras estiveram.
Minha esperança não posso medir,
Meu caminho para a vida é livre,
Meu Salvador tem meu tesouro,
E Ele caminhará comigo.

Antes de mais uma manhã surgir,
Meu espírito pode estar livre,
Ausente do corpo,
Em casa, ó Senhor, contigo.
Ó sono, ó descanso, quão preciosos!
Enquanto, guardado pelo Teu cuidado,
Aguardo a Tua promessa
De encontrar-Te no ar.

O próprio Senhor, Jesus,
Em meio à multidão resgatada,
Sua glória, alegria e beleza,
Seu cântico sem fim.
Ó dia de promessa maravilhosa!
O Noivo e a noiva
São vistos em eterna glória:
Satisfeitos para sempre.”

P. Wilson

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