Origem: Livro: O Divino Terreno de Reunião

Uma Palavra Final

Confio que nosso irmão E. S. não se importará que eu conte esta história. Eu tive a oportunidade, alguns anos atrás, de dividir um quarto com nosso irmão nas conferências de Los Angeles. E tinha ouvido nosso irmão E. S. mencionar em diversas ocasiões algo que me incomodava e que eu não conseguia entender. Eu o ouvi dizer que quando estava na Bolívia com aqueles Cristãos que se reuniam lá, antes mesmo de ele saber a respeito do testemunho aqui no Canadá ou nos Estados Unidos. Ele disse. E eu o ouvi, e tenho certeza que vocês ou muitos de vocês já o ouviram dizer que eles estavam reunidos ao nome do Senhor Jesus Cristo na base de um só corpo. Devo admitir que digo isso com um pouco de vergonha, porque deveria saber que nosso irmão entenderia a verdade muito melhor do que eu. Mas tive ocasião, neste momento, de lhe fazer uma pergunta. Eu disse: irmão S., você trabalhou na Bolívia por muitos anos, e houve várias assembleias que você sente que foram reunidas pelo Espírito de Deus em torno da Pessoa do Senhor Jesus Cristo em Seu precioso nome. E ele disse: “isso está correto”. Então eu lhe disse: Irmão S., eu tenho uma pergunta. Se depois de você ter descoberto, depois de ter sido revelado a você, que já havia um testemunho levantado por Deus na base do único corpo reunido ao nome do Senhor Jesus Cristo no princípio da separação do mal; se você tivesse se recusado a se identificar com esse testemunho, você ainda estaria reunido ao nome do Senhor Jesus Cristo em terreno divino? E sem hesitar um momento, ele disse, “não”. Ele disse não. Nossa responsabilidade era identificar-nos com o testemunho que Deus já havia levantado à verdade de que existe um só corpo.

Não conheço verdade mais importante, à parte da verdade do evangelho – mais preciosa – ao coração de Cristo, do que essa que deve haver, ainda hoje, em meio a toda a ruína, um testemunho, levantado e mantido por Deus, à verdade de que há um só corpo. E onde a verdade não é apenas conhecida, mas colocada em prática; onde a disciplina é exercida em reconhecimento de que há um “dentro” e há um “fora”, e a separação do mal é demandada pela santidade da Pessoa a Quem estamos reunidos.

Gostaria de terminar lendo Gálatas 2:18: “Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor”. O assunto em Gálatas é o de voltar à lei. É voltar àquilo que o apóstolo Paulo já havia abandonado e, ao abandoná-la, ao deixa-la para trás, no que lhe dizia respeito, ele a destruiu.

Agora, irmãos, Deus, por Seu Espírito, levantou um testemunho à verdade de que existe um só corpo. Ele, por Sua infinita graça, reuniu em torno da Pessoa do Senhor Jesus Cristo, vindos da multiplicidade de sistemas de homens, muitos que, ao deixar esses sistemas, na linguagem usada aqui, eles os destruíram Para mim, o sistema que eu deixei está destruído – aquilo é uma coisa morta. Se eu voltar, se de alguma forma reconstruir o que destruí, faço-me um transgressor. Não há nada mais triste do que ver amados santos de Deus que, pela infinita graça de Deus, foram reunidos ao precioso nome do Senhor Jesus Cristo, voltando àquilo que não é a verdade, àquilo se apoia no que é falso, que permite aquilo que usurpa o nome de Cristo e o que deixa de lado a atuação exclusiva do Espírito de Deus, e voltam; e ao fazer isso, apoiam isso. Ah, você diz: “Eu só fui a uma das reuniões deles”. Porém, o você faz é apoiar o que é tão contrário ao próprio desejo tão claramente expresso do Senhor Jesus Cristo. Ele reúne pelo Espírito de Deus em torno de Si mesmo, e toda vez que eu entro em qualquer um dos sistemas dos homens, independentemente de quanta verdade haja lá, eu reconstruo novamente aquilo que o próprio testemunho que Deus levantou, destruiu para minha própria alma. E, ao fazer isso, eu me torno um transgressor.

Que Deus nos guarde, amados irmãos, valorizando esta preciosa verdade, andando nela e regozijando-nos nela, reconhecendo quão dependentes somos de Deus, por Sua graça para nos manter, e do Espírito de Deus para que a verdade se torne boa para nosso coração e nossa consciência. Não tenho a menor dúvida – a menor que seja – de que Deus vai preservar um testemunho da verdade do um corpo para a glória de Cristo até que Ele venha. Oremos a Deus para que possamos ser preservados e estarmos reunidos a esse precioso nome até aquele momento quando o Senhor da glória vier por nós. Mesmo em Jerusalém, havia alguns que esperavam a apresentação do Filho de Deus do céu. Amados irmãos. Que estejamos esperando, reunidos, regozijando, andando na verdade, até que Ele venha.

Amados irmãos, creio que todos nós queiramos largueza de coração para amar a todos os santos de Deus, para buscar o bem e a bênção de todos os santos de Deus, para orar por todos os santos de Deus, para fazer o bem a todos os homens e especialmente à família da fé, mas andemos no caminho estreito, delineado pela Palavra de Deus, pois é isso que significa fidelidade a Cristo.

Montreal 1976

J. Brereton

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