Origem: Livro: Um Pouco de Fermento

Palavras finais

Concluindo, algumas palavras aos meus queridos irmãos que estão espalhados pelas diversas seitas. Você não sabia que Cristo gostaria que Seus santos se reunissem como um só corpo – Seu corpo? Que Ele enviou no Pente­costes o Espírito Santo, para habitar com eles para sempre (Jo 14, 15, 16), para habitar no meio deles e ser seu poder para adoração? Que a única casa construída pelas mãos do homem que Deus sempre reconheceu foi destruída há muito tempo em Jerusalém; e o Santo dos Santos, onde Cristo entrou com Seu sangue, é agora nosso único lugar de adoração; e que esse sangue limpou você de todo pecado (se você for um crente) e o tornou apto para se aproximar sem pecado, através do véu rasgado, à própria presença de Deus no Santo dos Santos, para adorar sem qualquer temor na luz? Você já leu que Cristo deu dons ao Seu corpo – pastores, mestres, evangelistas… cada um para ocupar seu próprio lugar no corpo? Que um olho não pode ocupar o lugar de um ouvido, nem um ouvido o de uma mão? Você tem seu ministro. Ministro significa servo. Será que Cristo não tem outros servos em sua assembleia? Você dá liberdade ao Espírito Santo para usar quem Ele quiser no serviço, seja com uma palavra de exortação (Hb 10:25), ou uma oração (1 Tm 2:8), ou louvor, sem ser “extinguido” pelas regras de ordem do homem? Seria uma “desordem” para um santo com um dom reunir-se com você e (como Deus ordena) usar seu dom (Rm 12:48; 1 Pe 4:10-11), ou procurar “exortá-lo” sem pedir ordem ou permissão do homem para fazê-lo? O que você pensaria do homem que tinha um talento confiado a si pedindo ao homem com dez talentos que lhe desse permissão para usá-lo? Quem teria sido menosprezado ali?

Você é capaz de agir de acordo com 1 Coríntios 14? Leia e veja se isso poderia ser realizado agora, ou você tem uma Bíblia diferente para hoje? Você está se lembrando da morte do Senhor todos os primeiros dias da semana, de acordo com a bendita vontade do Senhor? Você sabia que isso era para distinguir aqueles que O amavam, até que Ele voltasse? Você está excluindo todos os demais dons que o Espírito Santo concedeu ao corpo e permitindo que apenas um de sua escolha para que edifique você? O seu ministro pode ser um dom de Deus, mas se for, ele deveria estar servindo no corpo, e não deveria haver divisões no corpo. “Cristo não está dividido.” Quatro paredes não deveriam confinar ­o ministério de um servo de Cristo. Ele deveria estar livre para qualquer parte do corpo, em qualquer lugar que o Senhor pudesse usá-lo. Ofícios (bispos ordenados, presbíteros, diáconos) não são dons.

Você está se reunindo apenas em nome de Cristo? Talvez você diga: “Sim”. Deixe-me provar isso. Suponha ­que em algum domingo de manhã eu pudesse visitar todas as congregações de uma determinada cidade e levar embora o ministro de cada uma delas. O que seria das congregações e de sua comunhão entre si e com o Senhor? Quanta adoração Deus receberia naquela manhã? Seria o nome do Senhor suficiente para mantê-los unidos e acreditando que o Espírito Santo estava no meio deles? Se não for assim, então eles não estão reunidos em nome do Senhor, mas em nome do seu ministro­. Será que o Espírito Santo foi embora junto com o ministro deles? O Senhor disse: “aí estou Eu no meio deles”. Pense em qualquer um que acreditou nisso, indo para suas casas e deixando o Senhor para trás, onde os santos foram “reunidos em Seu nome”! Será que Ele disse: “Onde estiver o seu ministro, aí estou Eu”? Não, mas: “Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome”. O ministério é valioso, mas a presença de Cristo é essencial e não exclui o ministério; pois foi quando o Senhor estava lá para fornecer o pão que os discípulos foram capazes de distribuir o pão à multidão.

Você se reúne para adorar a Deus? Sermões são bons, mas não são adoração. “O Pai procura a tais que assim O adorem”. Sermões em outras ocasiões podem ajudar na adoração, mas vocês se reúnem para ouvir e obter algo, ou para dar algo? Jesus disse daquela que trouxe o vaso de alabastro com o unguento de grande valor e derramou-o sobre Sua cabeça: “Ela Me fez uma boa obra” (Mt 26:10 – TB). Você não tem nardo puro? Adoração é o coração devolvendo a Deus aquilo que é Sua criação­, quando guiado pelo Espírito Santo. Você se reúne para fazer isso ou para ouvir um sermão? “Ajuntando-se os discípulos para partir o pão”, Paulo pregou para eles; mas eles estavam reunidos “para partir o pão” – este era o objetivo deles. Se Paulo não estivesse lá, eles não teriam partido o pão?

Você leu Apocalipse 2:3 como cartas escritas pelo Senhor às igrejas, as quais dizem que os próprios santos eram responsáveis por lê-las e agir de acordo, e não apenas por seus ministros? E você notou que, com algumas exceções, todas as epístolas são escritas para os santos (não aos seus ministros), e que Deus considera a eles responsáveis pelo que Ele lhes disse, e não permitirá que o Seu povo transfira a sua responsabilidade para outro? Que o Senhor desperte Seu povo para o fato solene de que eles têm a ver com Ele (Ap 2:1) andando entre Seus castiçais, e que Ele está vindo “cedo”.

A unidade da mesa do Senhor corresponde à unidade do corpo de Cristo. 1 Coríntios 10:17 nos ensina que o pão inteiro representa um só corpo e comê-lo é, na verdade, dizer “Eu, pela graça, sou desse corpo” – “Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão”. Ora, comer dessa maneira é participar ­da mesa do Senhor (v. 21).

Existe agora o perigo de que, com uma humildade equivocada, chamemos todas as mesas dos homens de mesas do Senhor. Todas as mesas, exceto uma, são e devem ser consideradas mesas de cisma, pois Cristo não está dividido. Não ousamos relacionar a divisão com o Seu santo nome, chamando uma mesa estabelecida em bases cismáticas, por mais ignorantemente que tenha sido estabelecida, de mesa do Senhor. “para que não houvesse cisma no corpo” (1 Co 1:10 – TB).

Dar as mãos e comprometer a verdade ao fazê-lo é o que hoje está sendo urgentemente pressionado por todos os lados, e isso está sendo oferecido a nós sob as palavras reconciliação e amor fraternal.

NOTA – O documento acima é antigo, alterado em partes para atender aos exercícios da época em que vivemos.

1909

G. P.

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