Origem: Livro: Os Patriarcas

Parte 3 – José como em Ressurreição (Gn 42-57)

Chegamos agora a José ganhando novamente seu pai e seus irmãos, e suas consequências.

Entre as coisas que deram caráter a José e suas circunstâncias, enquanto ele estava separado de seus irmãos, observamos que ele foi colocado em possessão daqueles recursos dos quais seus próprios irmãos e todo o mundo dependeriam para sua preservação na Terra. Chegou o momento certo para o mundo recorrer a estes recursos; e com isso, o tempo determinado para a restauração de José aos seus irmãos.

José está agora em autoridade. Seu dia de humilhação e tristeza acabou. Ele está à direita do trono do Egito e é o grande executor de todo governo e poder na terra. Ninguém pode levantar a mão ou o pé sem ele. Ele recebeu o anel do rei e anda no segundo carro. Ele é o tesoureiro e dispensador de toda a riqueza da nação, aquele que abriu ou fechou todos os seus depósitos a seu gosto. Aquele que estava na cova está no trono.

Este é José como em ressurreição. Eu digo como em ressurreição, pois a coisa em si – a ressurreição dentre os mortos – teve que esperar pelo dia do Filho do Deus vivo, que deveria estar, em Sua própria Pessoa, vivo dentre os mortos. Mas embora não pudéssemos ter “a imagem exata” deste grande mistério, ainda assim temos “sombras” dela, tanto em certas ordenanças da lei, como em certas histórias dos eleitos. As aves mortas e vivas de Levítico 14, e os dois bodes de Levítico 16, estão entre essas ordenanças; e cenas históricas como a libertação de Isaque do altar no Monte Moriá, ou a libertação de Jonas do ventre da baleia, apresentam o mesmo. E o mesmo acontece nesta época da história de José, sendo o dia de seu poder e autoridade no Egito, depois de seus graves problemas na cova e na prisão. É José como em ressurreição.

O Espírito de Deus, em Gênesis 49, usando Jacó como Seu oráculo, olha para José nesta condição e o celebra em conformidade com isso. “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro. Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam, e o aborreceram [odiaram – JND]. O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó”. E tendo falado isso de José, o Espírito usa-o como figura de um Maior que José; pois Jacó acrescenta: “de onde é o Pastor, a Pedra de Israel”. Temos Cristo em José. O Cristo ressuscitado é visto aqui como uma figura. Todo o poder está agora n’Ele, no céu e na Terra.

Ele está assentado à direita da Majestade nas alturas. O Seu direito aos recursos da criação é certo, selado pela dignidade do lugar que Ele agora ocupa. E os recursos que Ele agora possui, em breve Ele usará para Israel e para toda a Terra, segundo o padrão deste mistério de José. Isso estamos prestes a ver.

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