Origem: Livro: Breves Meditações
Paz
No nascimento do Senhor, a terra foi saudada com palavras de paz. “Paz na Terra”, proclamaram os anjos nos campos de Belém.
Isto, porém, era apenas uma saudação. Não era a pronunciação autoritativa de paz. Era como a palavra que o Senhor posteriormente colocou nos lábios dos Seus doze, ou melhor, dos setenta, em Lucas 10, ao enviá-los, pois Ele então lhes disse que, em qualquer casa em que entrassem, dissessem primeiro: “Paz seja nesta casa”. Esta era uma saudação, um voto de bem, a proclamação de boa vontade para com a casa, não uma pronunciação autoritativa de paz: esta, ao contrário, seguiria se constatado que o filho da paz estava ali.
Com a ressurreição do Senhor, porém, temos a outra coisa. “Paz seja convosco”, disse o Salvador ressuscitado aos Seus discípulos, assim retornando a eles – e quando disse isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Deu-lhes a ler o Seu título à paz. A paz era agora, não apenas desejada, mas pronunciada autoritativamente, transmitida a eles sob o fundamento da cruz. Jesus agora lhes dava paz, porque Ele já a havia feito para eles. E esta é a paz que nós, que estamos nela, podemos testemunhar aos nossos companheiros pecadores. Não dizemos meramente, como os setenta comissionados, “Paz seja com esta casa”, como se a saudássemos ou lhe desejássemos o bem, mas proclamamos a paz segura, estabelecida e comprada, à qual os pecadores têm direito, no sangue da cruz.
