Origem: Livro: Pressão – Normal e Necessária

Pressão

Na angústia [pressão – JND] me deste largueza” (Sl 4:1)

Meu desejo é falar sobre o versículo, “Na angústia [pressão – JND] me deste largueza” (Sl 4:1). É um princípio dos caminhos de Deus que é infalível em sua aplicação, desde o princípio até o mundo vindouro. A palavra que é usada para pressão leva consigo o pensamento sobre tribulação, sofrimento ou provação. Somos todos familiarizados com estas palavras, e somos familiarizados com as próprias coisas. Desejo ver se podemos conseguir ajuda considerando a aplicação.

Há certas coisas que não existiriam hoje, se o pecado não tivesse entrado no mundo. Se o homem não tivesse afirmado sua vontade, em desafio à vontade de Deus, certas coisas não teriam acontecido – por exemplo, redenção, julgamento, e a capacidade de peneirar, e discernir de modo a colocar o bem de um lado e o mal de outro – [“Têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5:14)]. Se o pecado não tivesse entrado no mundo, a ocasião para essas e muitas outras coisas não teria surgido. Mas, tendo entrado o pecado, então Deus, o Deus que nos ama e a Quem amamos, estabeleceu um princípio à medida a qual Ele Se move, e sob a influência da qual viemos. O Primeiro que Se moveu nessa linha foi Deus, então, diria nosso Deus bendito, se o pecado entrar, e com o pecado a morte e muitas outras coisas entrarem; então, as atividades divinas devem se mover de determinadas maneiras. Se Deus disse isso, não devemos ficar surpresos se todos os tipos de coisas, que englobam o modo de vida e o próprio proposito do povo de Deus estar na Terra, seguir essa mesma linha. Assim, o primeiro movimento do Deus bendito, tendo entrado o pecado, é a indicação da parte de Deus de que Ele estava preparado para sofrer. Ele estava preparado para seguir, numa linha de sofrimento para que Ele possa efetuar a recuperação de uma forma de glória que transcende todas as possibilidades, já que o pecado entrou.

E, então, a primeira palavra do Deus bendito é: “Sua semente (a semente da mulher) (Gn 3:15) – Cristo – na linha de sofrimento, de amor e de sacrifício. Se assim é com o Deus bendito, então estamos preparados para que o mesmo seja verdade para o Filho de Seu amor, pois Eles vão “ambos juntos” (Gn 22:8). A partir do momento em que Deus anunciou “Sua semente (a semente da mulher), tudo desde aquele momento até a cruz indica que a própria mente divina Se conduziu a isso – sofrimento, sacrifício e submissão. O Senhor Jesus Cristo passou pelo caminho da morte. Assim, o Velho Testamento está repleto daquelas coisas que nos sugerem o amor do Senhor em sofrimento, a senda do Senhor sob pressão; e então, finalmente, aquela pressão suprema no jardim do Getsêmani, na cruz e no sepulcro. É nessa linha que Deus consagra o principio: “Na angústia [pressão – JND] me deste largueza” (Sl 4:1), Ele mesmo dando o caráter a isso, e levando-o adiante. Se isso é assim, então, não devemos nos surpreender se entrarmos no caminho da pressão.

Pode-se ver, penso eu, que nos caminhos de Deus a pressão, a tribulação e a provação são os elementos que preservam a integridade e a pureza do corpo. É algo maravilhoso como funciona do começo ao fim. Tomemos, por exemplo, as primeiras palavras que o Deus bendito dirige à mulher: “Com dor terás filhos” (Gn 3:16). Basta pensar como isso se provou nas miríades de pessoas que vieram ao mundo! “Com dor terás filhos” (Gn 3:16). É inevitável que Deus devia estar nessa linha; não poderia ser de outra forma. E, o que gostaria de sugerir a você, é que não devemos olhar para a pressão, ou o sofrimento, ou a provação, ou a aflição como algo anormal – como o inesperado, ou aquilo que traz consigo a sensação de choque ou surpresa, mas que, no espírito de nossa mente, aceitemos como principio da casa de Deus que a largueza produzida é proporcional à pressão.

Poderia colocar isso de outra forma: A largueza produzida traz consigo o pensamento da manifestação, ou expansão, da luz da glória que brilhará no “mundo vindouro”. Se não houvesse pecado, não haveria nenhum “mundo vindouro” (Hb 2:5; Hb 6:5; Lc 18:30; Mc 10:30 – TB). Suponho que a ocasião para isso dificilmente existiria. Mas o que é em sua essência, é que o Deus bendito reserva isso para o dia do Milênio, em que Ele dará́ a resposta a toda pressão, aflição e conhecimento de Si mesmo adquirido nessas coisas; Ele dará́ nesse dia à manifestação de luz, que consiste no conhecimento de Deus que foi apreendido no lugar de aflição e provação.

Muito nos ajudaria se deixássemos de olhar para a tribulação, a aflição e coisas semelhantes como calamidade, infortúnio ou imprevisto, e aceitar no espírito de nossa mente que é um elemento normal da casa de Deus. Pode-se chegar ao ponto de dizer que Deus mantém certa pressão ou sofrimento em Sua casa, entre Seu povo, como um componente necessário, sem o qual não poderíamos prosseguir. E se a virmos dessa maneira, talvez nos tornemos sujeitos a ela, ou a testemunhemos a outros, sem a sensação de que algo imprevisto ou calamitoso ocorreu. Gostaríamos de ao ver desta forma, que há alguém – este irmão, aquela irmã̃, eu mesmo – que está sob o terno e gracioso cuidado de Deus como uma parte essencial daquilo que deve ser mantido em Sua casa, que é a pressão.

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