Origem: Livro: Um Pouco de Fermento
Princípio da identificação
Alguém que participa do pão se constitui ou confessa ser um com ele, portanto, se ele come dois pães diferentes (já que se diz que ambos representam Cristo, e há apenas um Cristo), ele, por esse ato, os confessa como um só pão. Falo de princípios, não de inteligência individual neles. Todos, portanto, que estão em reconhecida intercomunhão uns com os outros, são manifestados como um só pão, e cada membro de Cristo na Terra deve estar em uma só intercomunhão, apenas que (para que seja a mesa do Senhor) deve ser uma mesa pura[2]. Se o mal entrou e se manifestou, e a assembleia se recusa a julgá-lo e expulsá-lo, deveria o indivíduo reconhecer-se um com ele, participando daquele pão? Não; devemos agora “vencer” individualmente (Ap 2:3), mantendo puras as nossas vestes; e, para sermos um vaso para honra em uma grande casa, temos que nos purificar dos vasos para desonra (2 Tm 2:17-22) para sermos úteis para uso do Mestre.
[2]  Por “pura” entende-se não que não haja mal na assembleia (assim como nenhum de nós individualmente pode dizer que não há mal em nós), mas os santos estão reunidos com base no princípio de julgar o mal, e não permitir que ele apareça. ↑
Só pode haver uma expressão da unidade do corpo. Se fossem permitidas duas (ou mais) expressões, tal divisão não poderia ser a confissão do corpo, pois existe apenas um corpo. Portanto, se aqueles que desejam ser fiéis ao único Cabeça, deixando as divisões, seitas, e assim por diante, para confessar o único corpo, devem necessariamente confessá-lo juntos, pois duas expressões diferentes não poderiam ser a expressão do corpo. Um elo de conexão permitido entre as duas (não importa onde, caso ambas as assembleias o reconheçam) constitui as duas em uma. Se, portanto, duas dessas mesas são unidas (como alguns gostariam que fossem) pela intercomunhão habitual – isto é, indivíduos recebidos na comunhão de (C) embora reconhecidos como sendo da “massa levedada” (D) – isso seria unidade à custa de Cristo;
 
E que tipo de unidade seria essa? Poderia haver uma cabeça reconhecida, mas que tipo de cabeça seria essa? Seria a Cabeça cuja honra é cuidada? O que Satanás está buscando é uma unidade que deixa de fora a Cabeça, ou tem o nome de alguém sem o verdadeiro caráter dela – a forma sem a realidade. Para atingir seu objetivo, ele não tem escrúpulos, como fez antes, em citar a Escritura e falar de amor, mas negligencia ensinar que o amor divino é “amor em verdade”, que o “amor que procede de um coração puro”, é caracterizado por “guardar os mandamentos de Deus” – Aquele que é Luz (veja 2 João; 1 Timóteo 1:5 – ARA; 1 Pedro 1:22; 1 João 1:7; 5:2). A ordem de Deus é “primeiramente pura, depois pacífica”. “Primeiro pacífico” é a ordem de Satanás. Eu gostaria que houvesse mais amor – muito mais! Que eu possa reconhecer minha necessidade disso. Mas não seja enganado pelo clamor, a ponto de abandonar minha Cabeça, que é a grande fonte de tudo, e que, para que o amor de Deus possa fluir para os pecadores, precisou carregar o pecado em Seu próprio corpo no madeiro, para, antes de tudo, tirar o pecado.
Não faria qualquer diferença quantas assembleias puras (assim chamadas) houvesse entre a unidade (C) e a assembleia levedada, desde que existissem os elos de ligação com ela. Assim como o fato de os canos estarem limpos isso não purifica a água que passa por eles que vem de fonte impura. Nem o número de canos fará qualquer diferença, exceto que, quanto maior o número de canos, haverá mais contaminados pela água impura. Portanto, se o fermento está na assembleia (a) e a assembleia (b) reconhece por atos que expressam comunhão, o pão que é partido em (a); então, como há apenas um pão, este deve ser o pão partido em (b). Assim também (c) parte o pão com (b), e ainda é um único pão; e assim por diante até (d) e todo o resto da cadeia. Portanto, a primeira assembleia que pode ser realmente pura neste sentido é aquela que se separa totalmente desta ligação maligna.
 
