Origem: Livro: Os Patriarcas
Restauração completa
Todos estes são reveses felizes, e o último estado do nosso patriarca é duas vezes melhor que o seu começo. Mas entre todas as alegres antecipações que brilham na última página desta história, não há nenhuma que cative mais o coração do que a reconciliação. O patriarca e seus irmãos, como a narrativa nos diz em grande parte, e como bem sabemos, infelizmente se desentenderam no caminho, enquanto caminhavam pela estrada principal “deste presente mundo mau”; mas assim que eles entram no “mundo vindouro”, o conflito de línguas e o tumulto da guerra não são mais ouvidos nem vistos.
Isso é verdadeiramente bem-vindo ao coração. Que alegria será ser libertado do egoísmo e do orgulho, e de muitas outras obras de natureza mesquinha e pervertida. Como os prazeres do coração são continuamente estragados por tais ladrões! Que coisa é uma página da história! Que registro das agitações da inveja, da ambição e da vingança! Não é uma miséria ver homens “odiosos, odiando-se uns aos outros” e depois lembrar que ainda estamos vivos e ativos em meio aos mesmos elementos? Mas outra coisa está na nossa perspectiva; e é o caminho da sabedoria e graça de Deus repetidas vees, no progresso de Sua Palavra, como aqui no capítulo 42 de Jó, para nos dar uma imagem mística disso. Então o homem, como enganado por Satanás, cederá lugar; e o homem, como ungido por Deus, prevalecerá. Então será conhecida a alegria de sair de tais trevas para tal luz, de contemplar o Sol novamente, após séculos de escuridão da meia-noite.
Sabemos pela Escritura que uma grande virtude física acompanhará este reino vindouro. Como cantam os profetas, “o deserto e os lugares secos se alegrarão com isso; e o ermo exultará e florescerá como a rosa” – o coxo saltará como o cervo, a língua do mudo cantará, a vaca e o urso pastarão juntos, e o lobo se deitará com o cabrito. A natureza em toda a sua ordem reconhecerá a presença do Senhor. Os rios baterão palmas, as árvores do bosque se regozijarão diante d’Ele. Assim como a criação já sentiu a escravidão da corrupção, sentirá então a liberdade da glória.
Será como se todas as sensibilidades adormecidas tivessem sido repentinamente despertadas. Será como o dedilhar de um instrumento requintado com mão magistral. Será a mesma criação, mas sob nova autoridade, novas influências. Deixe que apenas os filhos de Deus se manifestem, e todo o sistema surgirá em novas condições e consciência.
E assim será com o homem, quando os poderes daquela era vindoura o tomar como seu súdito. Basta que a passagem seja feita deste presente mundo mau para o mundo vindouro, e novos princípios imediatamente dourarão e enfeitarão a cena, proporcionando prazeres morais (que são os mais ricos de todos) para toda a vida pessoal e social.
