Origem: Livro: A Epístola aos HEBREUS

O Sacerdócio de Aarão Era Transitório, Considerando Que a Ordem de Melquisedeque É Eterna (vs. 12-19, 23-24)

A fraqueza do sacerdócio Aarônico exigia uma mudança, e isso significava que haveria “também mudança da lei” que o governava (v. 12). O escritor menciona isso porque os judeus tiveram dificuldade em aceitar que Cristo poderia ser um sacerdote porque Ele não era da tribo de Levi. A Lei afirmava que os sacerdotes daquela ordem tinham de ser da linhagem familiar de Aarão. O escritor reconhece isso e diz: “Porque aqu’Ele (Cristo) de Quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio” (vs. 13-14). Ele explica então que, como o sacerdócio de Cristo é “à semelhança de Melquisedeque” (v. 15), que não assumiu o cargo por meio da genealogia, Cristo também não entrou em Seu ofício por linhagem familiar. Este novo sacerdócio não é governado por essa antiga exigência legal.

Ele então declara que o novo sacerdócio – que não é “segundo a lei do mandamento carnal” que exige que um sacerdote seja da família de Aarão – mas é “segundo a virtude da vida incorruptível [indissolúvel – ARA] (v. 16). Consequentemente, a qualificação para esse novo ofício no sacerdócio não está na correta genealogia da pessoa, mas no fato de ter uma vida sem fim. Ele deve ser eterno! Para apoiar isso, o escritor aponta novamente para o Salmo 110; desta vez com ênfase na palavra “eternamente”. Ele diz: “Porque d’Ele assim se testifica: Tu és Sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (v. 17). Quem poderia preencher este requisito senão Cristo? Os sacerdotes do Velho Testamento certamente não puderam “porque, pela morte, foram impedidos de permanecer” (v. 23). Portanto, a ordem de Melquisedeque de sacerdócio não é transmitida pelos antepassados, nem é transferida para descendentes, e não será interrompida pela morte. Uma vez que é sem linhagem, intransferível e eterna, a permanência desse sacerdócio está assegurada (v. 24).

Assim, ao introduzir o sacerdócio de Cristo foi necessário ser “ab-rogado [colocado de lado – JND] o mandamento prévio por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou)” (vs. 18-19). O mandamento de Moisés quanto ao sacerdócio, portanto, foi posto de lado, mas a importância moral dos Dez Mandamentos não foi, pois ainda têm sua aplicação moral aos santos (Rm 13:8-10) e aos pecadores (1 Tm 1:9-10). Como mencionado, havia “fraqueza” com aquela ordem aarônica porque o sacerdote, estando sujeito à morte, não podia continuar naquele ofício (v. 23). Também era de completa “inutilidade” porque não poderia introduzir na presença de Deus, com uma consciência purificada, aquele que se achegava. Em contraste, ele diz: “desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (v. 19). Esta é uma referência ao novo e vivo caminho pelo qual nos aproximamos de Deus no Cristianismo (cap. 10:19-22). O Cristianismo é visto aqui como uma “esperança” porque, embora tenhamos nossas bênçãos agora (Ef 1:3), ainda não chegamos ao nosso destino celestial em estado glorificado. Tal destino ainda está à nossa frente como uma esperança (uma certeza adiada) que será realizada quando o Senhor vier no Arrebatamento.

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