Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 138

Este Salmo é um de especial interesse para a alma. No Salmo 56, a alma se regozijou na Palavra acima de tudo. Tudo em Deus era motivo de louvor, mas acima de tudo, Sua Palavra, Sua promessa, Seu concerto. “Em Deus louvarei a Sua Palavra” (Sl 56:4, 10).

Neste Salmo a Palavra é louvada novamente – estimada, acima de todo o nome de Deus ou da revelação de Si mesmo. O adorador reconhece que ele havia clamado, e o Senhor o tinha ouvido. Isso foi para a honra de Sua Palavra; essa foi a fidelidade de Sua promessa. Mas sabemos que é somente no Filho de Deus, Jesus Cristo, que todas as promessas são, portanto, sim e amém (2 Co 1:19-20), e que Ele mesmo, em um sentido excelso, é a Palavra. De modo que este Salmo é como a linguagem de uma alma após a descoberta de Jesus. Ele aprende “o Verbo” (Jo 1:1) ou “a glória de Deus na face de Jesus Cristo”, e vê que Deus Se magnificou nessa revelação além de todas as outras, e que ali Ele brilha, cheio de benignidade e verdade, ou, na linguagem do Novo Testamento, de “graça e verdade” (v. 2; Jo 1:14). Deus publicou Seu Nome repetidas vezes no progresso da história deste mundo. Ele revelou sucessivamente a glória dele. Ele é “Deus”, “o Senhor Deus”, “Deus Todo-Poderoso”, “Jeová”; e agora Ele Se revela em plenitude na luz, na glória e na bem-aventurança de Seu Nome no Novo Testamento.

Após essa descoberta, todo tipo de gozo e bênção é antecipado; pois o clamor do pecador foi respondido e a alma foi fortalecida. Os reis são ouvidos não apenas temendo ou caindo (veja Salmo 72, 102), mas cantando nos caminhos de Deus. Os humildes são exaltados, os orgulhosos são humilhados, de acordo com o ministério de Jesus (Mt 23:12), e a pregação de Seus apóstolos (v. 6; Tiago 4:6; 1 Pedro 5:5). Gozo na angústia, vitória diante dos inimigos, sim, reavivamento ou ressurreição, são antecipados, e a plena realização de tudo o que diz respeito à alma que assim apreende e confia nesta preciosa revelação de Deus. Pois assim é a própria obra de Deus, como ensina o Evangelho – “Nós somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus”, como é afirmado aqui, com verdadeira confiança e liberdade do Evangelho. E esta é a confiança mais elevada e abençoada – o crente fazendo sua causa a causa de Deus. Como o profeta disse: “a peleja (batalha – KJV) não é vossa, senão de Deus” (2 Cr 20:15), quando ele, por meio do Espírito Santo, encorajaria o exército de Israel e o rei Josafá. A bênção do santo é, portanto, a causa de Deus: e a confiança é que ela nunca será esquecida.

Compartilhar
Rolar para cima