Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 144

Este Salmo segue, posso dizer, na linha do anterior; pois no seu final o suplicante buscou a destruição do inimigo, e aqui ele fala como tendo certeza de que Deus seria sua fortaleza, seu escudo e sua vitória na batalha. Ele, portanto, deseja o dia do conflito, antecipando a vitória. E além disso, ele antecipa seus frutos e alegria no reino, toda a prosperidade humana, filhos e riquezas e paz estabelecida, e o veredicto comum de todo o mundo, que “bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor” (veja Deuteronômio 33:29).

O suplicante (Cristo, sem dúvida, em empatia com o Remanescente) contempla Deus como Se tornando para ele tudo o que ele pode precisar ou desejar (vs. 1- 2); e imediatamente após isso ele se maravilha que seja assim (v. 3). E essa surpresa é expressa na mesma linguagem do Salmo 8, só que lá é o senso da grandeza divina – aqui é o senso da vaidade humana que desperta essa surpresa de que Deus deve tomar tais conselhos de graça e glória sobre nós.

Em tudo isso, novamente encontramos Israel aprendendo lições divinas sobre si mesmo, como observamos no Salmo anterior. Eles reconhecem que são menos do que a menor de todas as misericórdias de Deus, perguntando-se, por assim dizer, se deveriam ser Seus objetos.

Aqui respira-se muito o espírito do Salmo 18. E essa é surpreendentemente a linguagem do verdadeiro Davi na grande libertação Judaica do último dia, que conduzirá ao reino (veja também v. 5 e Isaías 64:1). Então, aqui o suplicante sabe que essa libertação desejada levará diretamente à alegria dos dias do Messias ou do reino (vs. 11-15). Assim como a criação sabe que sua libertação da corrupção na escravidão presente será para a liberdade gloriosa; e como os santos podem e cantam: “aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8:21, 30). Pois quando o bendito Deus abrir um caminho de fuga para pecadores ou cativos, em Seu amor Ele os levará a mais do que liberdade.

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