Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 145

Rigorosamente em ordem, este Salmo prepara a ação de graças pela vitória e pela paz antecipadas no Salmo anterior. E isso introduz os louvores do reino, que ocupam a harpa do Profeta daí em diante até o fim. O primeiro versículo é muito significativo disso. “Eu Te exaltarei, ó Deus, Rei meu”. É Deus como Rei que o coração do profeta agora celebra peculiar ou exclusivamente. Isso dá um caráter forte e decisivo a este Salmo como sendo milenar, ou tocando o reino. O Senhor era “Varão de guerra” no Salmo anterior, mas aqui, tendo a guerra acabado, Ele é um “Rei”. O povo milenar Judeu acabara de ser declarado bem-aventurado (Sl 144:15), e aqui eles expressam sua bem-aventurança. Por assim dizer, outros disseram: “Grandes coisas fez o SENHOR a estes”; e agora eles respondem: “Grandes coisas fez o SENHOR por nós, e, por isso, estamos alegres”.

Louvor e melodia expressam essa alegria. E o mesmo acontece com a conversa deles; pois eles falam de Sua glória e relatam de Seu poder (v. 11). Com tristeza, os discípulos uma vez falaram das coisas que aconteceram em Jerusalém (Lc 24), mas agora o povo dela promove a alegria uns dos outros, enquanto caminham e conversam juntos. E o diálogo afina o coração para o louvor, e então o êxtase irrompe no fluxo uniforme do espírito deles sempre alegre e feliz. Como no progresso do Livro do Apocalipse, a família no céu às vezes é ouvida em seu êxtase, no transbordar de sua alegria além do seu fluxo habitual (veja Apocalipse 5, 7, 11, 12, 14, 15, 19).

O conteúdo para este louvor incessante também é amplamente preparado, – Seus atos poderosos – a gloriosa honra de Sua majestade – Sua grandeza, bondade e justiça – Sua defesa dos fracos – Seu cumprimento do desejo dos necessitados – Sua preservação daqueles que O amam – Sua vingança sobre os ímpios – esses são alguns dos temas de louvor que envolverão as alegrias e cânticos do reino vindouro. Uma geração deve relatá-los para outra. E o próprio Senhor é o Líder desse louvor, de acordo com o que Ele havia prometido em Sua angústia (Sl 22:22). Jesus – os santos ou o povo Judeu – os filhos dos homens ou toda a carne – as obras da criação – todos se unem em seu caminho e medida. Os santos, por assim dizer, tomam-na dos lábios do Senhor e ensinam-na às nações, e uma geração ensina-a à outra.

Nesse momento, o caráter ou a geração do povo Judeu mudou. Até agora tem sido “perverso e deformado” (Dt 32 – ARA) “obstinado e rebelde” (Sl 78 – ARA). Mas a geração final será uma nova criação – um povo formado por Deus para anunciar Seu louvor (Sl 22:30, 102:18; Is 43:21). A primeira geração ainda não passou (Mt 24:34). Israel ainda é perverso; mas o Senhor terá uma semente em Israel que será contada ao Senhor “por uma geração” (Sl 22:30 – JND). E Salmos como este nos permitem ver e ouvir alguns de Seus felizes regozijos (veja Salmo 12).

NOTA: – Versículo 1 Cristo é certamente o “Rei” (veja Salmo 45:1). Davi aqui o reconhece como seu “Deus”, e no Salmo 110 ele O reconhece como seu “Senhor” (veja João 20:28).

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