Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 149

Isso ainda é, não preciso dizer, do mesmo volume de cânticos para o reino. Mas este é exclusivamente para Israel.

Parece, a partir de muitas passagens, que Israel será empregado como as armas de guerra do Senhor contra os pagãos facciosos que subirem contra sua terra (Is 41:15; Jr 51:20; Mq 4:13; Zc 9:13, 10:3-4). Mas eles entrarão na batalha com “tamboris e harpas” (Is 30:32); ou, como este Salmo expressa, “Nos seus lábios estejam os altos louvores de Deus” (ARA), tão satisfeitos e felizes estarão nos seguros resultados de ter a glória com eles.

Não falamos sobre a ordem dessas coisas: mas depois que a terra se tornar uma das “aldeias não muradas”, e “as terras desertas que agora se habitam”, e “o povo que se ajuntou dentre as nações”, outro exército, ao que parece, surgirá. Mas eles perecerão sob a força do Senhor que os enfraquecerá com pedras de saraiva, pestilência, fogo e chuva inundante; e então o Senhor será o “Altíssimo sobre toda a Terra” (veja Salmo 83; Ezequiel 38-39).

Temos apenas pensamentos parciais de toda a extensa ação desses dias vindouros. Mas isso nós sabemos, o louvor deve fechar a história e encher a cena. O “vale da Decisão” se tornará o “vale da bênção” (ARA). Pois o vale de Josafá é o lugar da última luta (Jl 3), e esse é o “vale de Beraca” ou “vale da bênção” (2 Cr 20), onde o alarido da batalha se dissipou na melodia de louvor. E a Terra milenar será um extenso vale de Beraca. Tudo será bênção lá. A cidade do homem terá se tornado então uma ruína; os pés dos pobres a pisotearão. A cidade de Deus então brilha; seus muros são salvação e seus portões louvor; e a nação justa entra (Is 25-27). A luz e a alegria, que ainda não foram semeadas (Sl 97), serão então colhidas, e “será para o SENHOR por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará”.

Eu poderia aproveitar a ocasião deste Salmo para dizer que, “as Guerras do Senhor” (Nm 21:14), são de dois tipos – aquelas que Ele conduziu inteiramente sozinho, e aquelas em que Ele empregou Seu Povo.

A batalha do Mar Vermelho foi do primeiro tipo. O Senhor estava lá sozinho. Israel não tinha nada a fazer a não ser ficar quieto e ver a salvação de Deus. Ele olhou para fora da coluna de nuvem e perturbou o exército do Egito (Êx 14). Também na contenda com Balaão. O Senhor estava novamente sozinho, à parte de Israel, que não sabia na época o que estava acontecendo nos lugares distantes de Moabe (Nm 22-24). As cenas em 2 Reis 7 e 19, na história final de Israel são as mesmas.

As batalhas com Amaleque, com Arade, o cananeu, Seom, o amorreu, e Ogue de Basã, são do segundo tipo. O Senhor empregou Seu povo nelas (Êx 17; Nm 21) Então, depois que eles entram na terra, as batalhas de Gideão, Jônatas, Davi, em Jericó e Ai, e as demais, não preciso dizer, são dessa classe. Num caso, Jeová triunfou para Israel no outro, em Israel.

Cada um desses tipos de batalha tem seu próprio sentido moral ou espiritual. Assim – o grande ato de redenção, como a libertação de Israel do Egito, foi totalmente individual, como sabemos. O Senhor bebeu o cálice sozinho e até a borra. “Seu nome é o do Vencedor, que lutou sozinho”. Mas há uma classe de batalhas, para as quais devemos pessoalmente entrar no campo para lutar. Nossa responsabilidade é lutar, e nada é feito sem nós. O crente passa os conflitos espirituais em sua própria pessoa. Neles, ele está profundamente consciente da luta. Ele pode saber que não tem força suficiente para a ocasião, mas sabe que deve estar em campo do início ao fim. O Senhor, é verdade, traz a força, mas ela é usada em e por meio de Seu santo. O Espírito que habita em nós encontra o pecado que habita em nós; ou, o novo homem em Cristo mortifica os membros terrenais.

Assim é agora conosco. E nos dias ainda à nossa frente, o Deus de Israel reviverá Sua obra tanto por quanto com Israel. Como com a vara de Outro Moisés e com a espada de Outro Josué, Ele escreverá novamente a história do Êxodo e a de Canaã. De novo curvará Judá para Si mesmo, e encherá o Seu arco com Efraim (Zc 9). Como este Salmo expressa de maneira sublime nos versículos finais.

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