Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos
Salmo 2
Aqui, no entanto, a influência reconfortante do Salmo anterior não é sentida; está completamente despedaçada; pois o mundo entra em cena. Não é mais a intimidade de Deus e do homem piedoso. Aquela senda neste Salmo é invadida pelos pés rudes e selvagens de um maligno mundo opressor.
“Sofrimento e glória” é o que temos aqui – a ira do homem contra o Ungido do SENHOR; mas a triunfante exaltação d’Ele pelo SENHOR.
Jesus, o Cristo de Deus, é apresentado em Sua graça e poder e, consequentemente, a tolice de resistir a Ele e a bem-aventurança de confiar n’Ele.
A confederação, que é anunciada aqui, foi formada quando Jesus foi crucificado (veja Atos 4). Ele a punirá quando retornar em Seu reino (veja Lucas 19). Ela ainda existe em princípio, estando o curso deste mundo já julgado, mas poupado pela longanimidade divina. A confederação estará totalmente desenvolvida em todas as suas formas de maldade nos últimos dias – aqueles dias aos quais os Salmos, como regra geral, pertencem. Ela age com base no antigo desejo e mentira da serpente (Gn 3:5). Ela quer destronar Deus. Presentemente, no entanto, Aquele que habita nos céus ri de tudo; como foi expresso pelo anjo rolando a pedra e assentando-se nela, enquanto ele colocava a sentença de morte no coração de seus guardiões (Mt 28). O que era tudo isso senão o Senhor dizendo à confederação que crucificou Jesus que Ele zombará de todos eles? Com o mesmo espírito, dos céus, o Senhor Jesus desafiou Saulo, o zelote perseguidor, em Atos 9.
Mas há muito mais do que este riso presente; pois o decreto de Deus em relação a Cristo é a grande oposição e, é claro, prevalecerá. E esse decreto, como aqui anunciado pelo próprio Senhor, Lhe dá filiação e herança: A filiação já é Sua pela ressurreição (At 13); a herança será Sua em breve, em glória.
NOTA: Observando esses Salmos juntos, Jesus sob a lei, aprovado por Deus e adquirindo bênçãos por Sua justiça, é Quem podemos ver no primeiro: Jesus em testemunho ou como ungido, resistido pelo homem, mas exaltado por Deus, e assegurando bênçãos ou executando julgamento sobre outros, é Quem vemos no segundo.
