Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 52

Este Salmo apresenta algo bastante contrastante com o anterior. Lá, o pecador, como vimos, foi quebrantado e se voltou para Deus em arrependimento; aqui ele continua ainda na maldade e na teimosia e orgulho de seu coração recusando a graça. O arrependido era Davi ou o Remanescente Judeu, como também vimos, e este homem poderoso é como Absalão ou o rei voluntarioso. Esse apóstata ainda está aqui triunfante; mas o Remanescente está confiando na graça e antecipando seu domínio sobre ele.

O “dito zombador” (ARA), como Habacuque fala , é muito apropriado aqui (v. 7). Temos vários desse ditos na Escritura, proferidos sobre a queda de alguns orgulhosos incrédulos desprezadores do Senhor. Sua bondade foi escarnecida, Suas correções foram desconsideradas, Suas súplicas ridicularizadas, Suas advertências ignoradas e, então, quando não há remédio, diz o Senhor: “Eu Me rirei no dia da vossa calamidade, E zombarei quando vos sobrevier o terror” (Pv 1:26 – TB) [veja Êxodo 15, Juízes 5, Isaías 14, Ezequiel 28, Apocalipse 18, para exemplos desses insultos ou “provérbios sarcásticos” (ACF)].

E este Salmo é interessante para nós como nos dando uma interpretação divina da “oliveira” e seus “ramos” (veja Rm 11). Essa é a graça ou o concerto da promessa, e aqueles que confiam nisso, como o arrependido aqui diz: “eu sou como a oliveira verde na Casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para sempre, eternamente”.

E essa é a interpretação do mesmo símbolo em Romanos 11; pois aqueles ramos que foram cortados eram aqueles que não creram, ou seja, não confiaram na misericórdia; e aqueles a quem é prometido um lugar permanente, a promessa é feita com base em sua continuidade na bondade, ou seja, se continuarem na graça de Deus.

E assim as oliveiras e os castiçais estão ligados (Zc 4; Ap 11). Pois, para sermos uma testemunha, nós mesmos devemos primeiro viver por graça. Devemos extrair a gordura da azeitona antes de podermos brilhar no castiçal.

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