Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos
Salmo 63
O mesmo Rei renegado é novamente ouvido neste Salmo. Mas aqui Ele está fazendo de Deus a grande Fonte de refrigério e gozo para Seu espírito, como no Salmo anterior Ele O fez o fundamento de Sua confiança e força nas circunstâncias.
Todo o sistema em Israel, conforme estabelecido pelo Senhor, era um santuário (Êx 15:17, Sl 114:2), pois um santuário é um lugar onde Deus Se dá a conhecer, e a terra de Israel era um lugar assim. Jeová estava lá. Mas Israel se revoltou e Jesus foi renegado. E assim era “uma terra seca e cansada” para os justos.
Mas neste Salmo, a fé está em exercício vivo. Como Jesus não pode ver o poder e a glória de Deus no santuário, Ele Se lembrará do próprio Deus. Ele tem o senso de Sua benignidade, embora a visão do santuário seja negada a Ele. Sua meditação sobre Ele O encherá de louvor, e a sombra consciente de Sua asa, de regozijo, embora Ele seja agora lançado fora, e o lugar esteja em si mesmo seco e sedento.
Esse é um exercício abençoado da alma em Deus. E recusando Sua alma qualquer outro gozo presente além dessa lembrança de Deus, Ele assegura-Se de outro gozo em breve, até mesmo um gozo real, gozo em Seu reino e confusão de todos os Seus inimigos, quando eles serão feitos uma ração para os animais da Terra (Ap 19; Ez 39). Porque o gozo e o refrigério espirituais, por mais abençoados que sejam, não são o fim. A glória ainda deve ser a expectativa. Como Cristo tem um reino reservado para Ele, nada menos do que o gozo de um Rei pode satisfazê-Lo. Mesmo agora, embora assentado à direita de Deus, Ele ainda está numa posição de espera (Hb 10:13).
Este Salmo também foi, ao que tudo indica, a expressão de Davi quando esteve separado da casa de Deus, mas ainda encorajado pela presença espiritual de Deus. E nossa alma deve conhecer esses segredos. Pedro não os conhecia quando dormia, e Paulo e Silas quando cantavam louvores na prisão? Não havia santuário ao redor deles, mas o Espírito Santo Se espalhou dentro de um reino de luz, liberdade e gozo em Deus. Eles eram cidadãos de uma cidade que não precisava da luz do Sol. O Judeu piedoso nos últimos dias se identificará com essa afirmação. Versículo 10 “raposas” (veja Lamentações 5:18; Lucas 13:32, 34) – A raposa faz um trabalho diferente da “galinha”. Esta ajunta debaixo de suas asas – aquela dispersa e destrói.
