Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos
Salmo 72
Aquele Bendito, que chamou a Si mesmo de “maior do que Salomão”, certamente “está aqui”. Cristo como Rei dos reis, revestido de toda a régia dignidade e reinando em justiça, com pleno domínio universal e duradouro, como no Milênio ou nos tempos da restauração e refrigério, é apresentado aqui (veja Salmo 45; 2 Samuel 23:1-4; Isaías 9, 11, 32; Jeremias 23:5-8). Este é o tempo do qual se diz: “E o SENHOR será Rei sobre toda a Terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o Seu nome” (Zc 14:9).
Esse Rei procede de maneira totalmente diferente dos deuses terrenais que são considerados infiéis às suas comissões reais ou judiciais (Sl 82). Ele governará ou julgará sabiamente, conforme demonstrado pelo decreto de Salomão entre as duas meretrizes (1 Rs 3). E o cetro da justiça em Sua mão garantirá paz – montes e outeiros, ou governos e cargos, trazendo paz por meio da justiça (Sl 72:3). Desse modo, esse reino expressará a presença do verdadeiro Melquisedeque, ou a soberania d’Aquele que é ao mesmo tempo Rei de Justiça e Rei de Paz. Pois a justiça estando em poder, então, a paz, a divina paz, será o resultado em todo o mundo: tudo o que é inconsistente com isso será julgado. Isaías 11 exibe isso de maneira bela também.
Conseguir um nome tem sido o grande esforço do homem, mesmo que o diabo seja o que o tenha dado (veja Gênesis 3:5, 4:17, 11:4; Salmo 49:11; Daniel 4:30; Apocalipse 13:2). Mas Jesus receberá um nome de Deus (v. 17, Fp 2:9). E então a antiga promessa a Abraão será cumprida em Cristo, sua Semente, pois todos serão abençoados n’Ele (veja v. 17 e Gênesis 12:3).
Mas toda essa realeza e poder de Jesus são para o louvor de Deus (vs. 18-19). Pois, no reino todos O reconhecerão como Senhor, para a glória de Deus Pai (Fp 2). E o Seu trono será então intransferível, como é agora o Seu sacerdócio; pois está aqui escrito “e (Ele) viverá” – será constituído “segundo a virtude da vida incorruptível [indissolúvel – JND]” (Hb 7) – e a oração e o louvor sustentarão e cercarão esse reino, como foi com Salomão, para sempre. Todo desejo termina em uma cena como esta, em um reino como é previsto aqui – as orações de Davi cessam – pois este reino é a resposta delas. E certamente o pensamento é abençoado e animador. Mas sabemos que uma noite sombria deve anteceder aquele dia brilhante e feliz. De fato, sabemos – e esse pensamento é sério. O mundo inteiro se maravilhará após a Besta, antes que toda língua confesse Jesus como Senhor.
Posso apenas acrescentar que esse reino agora não limita as expectativas da fé, embora tenha respondido às orações de Davi. Pois a luz adicional da revelação de Deus nos ensinou a aguardar “novos céus e nova Terra” depois desse reino. Aquele reino deve ser entregue, e então Deus será tudo em todos (veja Salmo 8).
NOTA: O Salmo 71 nos dá a velhice da tristeza Judaica; e então, o Salmo 73 a manhã, ou primavera, do gozo Judaico, ou a glória de Salomão. Pois embora haja o tempo de “angústia para Jacó”, “ele, porém, será salvo dela” (Jr 30).
Aqui termina a segunda parte do Livro dos Salmos, de acordo com a divisão Judaica.
