Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos
Salmo 75
Este é um pequeno Salmo muito marcante e de interpretação fácil e simples.
O primeiro versículo nos dá a ação de graças da nação agora, por antecipação, salva e vingada em resposta ao seu clamor no Salmo anterior. As obras de Deus naquela salvação, e a vingança recém-executada, mostraram que Ele estava perto de Seu povo, enquanto eles celebravam aqui. Seu nome estava há muito tempo distante de Israel. Mas agora, à medida que a fé deles antecipa, prestes a realizar Suas “maravilhas” em favor deles, eles sabem que Ele está voltando e trazendo Seu nome para perto novamente.
Os versículos a seguir, do segundo ao fim, são as declarações do Messias. Ele promete governar em justiça, quando receber o povo como Sua herança (v. 2; veja 2 Samuel 23:4; Salmo 101). Ele reconhece a apostasia de todos os reinos e sistemas até que Seu próprio cetro se levante (v. 3; 1 Sm 2:8-10; Dn 2:44). Ele desafia os rebeldes ou os poderes apóstatas do mundo, que se ergueram contra o Senhor, assegurando-lhes que Deus logo os visitaria (vs. 4-8; Sl 82, 83; Ag 2:22; Hb 12:27). Ele então, em contraste com eles, compromete-Se a manter Seu cetro para o louvor de Deus e na justa dispensação de recompensa e punição (vs. 9-10; Mt 25:31; Ap 3:21).
Que consciência santa e gloriosa de Si mesmo enche a alma do Messias em toda essa declaração! Ele sabe que, quando receber a congregação, julgará com retidão. E Ele sabe também que só Ele sustenta os pilares do mundo.
Assim, o assunto deste Salmo se mostra claramente para nós. O cálice de vinho, o cálice de tremor, o cálice de Sua fúria, o cálice do vinho do furor de Sua ira, são vários títulos do mesmo cálice, que é o emblema dos juízos divinos, como as salvas ou taças de Apocalipse 16. O cálice da salvação, por outro lado, expressa o gozo do reino (veja Salmo 116; Lucas 22:18). Oh, que manhã ensolarada será a ascensão e o aceno deste cetro justo, aqui antecipado pelo próprio Senhor, se espalhando sobre esta criação espinhosa e que geme! E é um ponto impressionante e bonito neste Salmo, que o cálice aqui bebido pelos povos da Terra não passa para o Messias. Ele toma, em vez disso, o outro cálice e imediatamente invoca o nome do Senhor (veja os versículos 8-9 e Salmos 116:3). O cálice da ira é para a mão deles, o cálice da salvação para a d’Ele. Ele uma vez tomou, de fato, o cálice das aflições, o cálice do Getsêmani, por nós, pobres pecadores; mas é o cálice do louvor, o gozo do reino, que permanece para Ele agora, enquanto os poderes apóstatas da Terra estão espremendo a escória do cálice da fúria.
