Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 88

Ouvimos neste Salmo um dos clamores d’Aquele que clamou Àquele que era capaz de livrá-Lo da morte (Hb 5:7). Pode ser que tenha sido proferido em algum momento entre Sua prisão no jardim e a Sua cruz. Pois então todos O haviam abandonado, e Ele mesmo não podia sair (vs. 8, 17-18). A sentença de morte estava então eminentemente n’Ele, embora durante toda a vida Ele fosse Alguém prestes a morrer (v. 15) ou falando como o apóstolo, “cada dia morro”. Mas, Ele estava especialmente durante esse intervalo, “posto [prostrado – JND] entre os mortos”. E então, por três horas de trevas, encerrado pelo derramamento de Seu sangue ou vida, Ele estava suportando o julgamento do pecado vindo da esmagadora mão de um Deus justo. Pois observamos que, no decorrer da vida, as aflições de Jesus vieram do homem porque Ele era justo. Mas, finalmente, Ele estava sob as pisaduras de Deus, porque Ele foi feito pecado por nós. E durante as três horas de trevas, Ele estava onde nenhum raio gentil do semblante divino poderia entrar, pois era o pecado que ocupava o lugar, a vítima que foi feita “pecado por nós”, e Deus só poderia Se retirar e deixar tudo em trevas.

Jesus aqui clama (veja também Salmos 6:5, 30:9, 115:17) para ser libertado da morte, com o fundamento de que os mortos não poderiam louvar a Deus, nem a sepultura O manifestaria. Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos. “Os vivos, os vivos, esses Te louvarão”, diz Isaías, instruído pelo Espírito a abrir os lábios como alguém consciente da ressurreição. E, assim, Jesus clama por libertação com base nesse mais bendito apelo, de que Deus é conhecido não na morte, mas na vida. “Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do SENHOR” (Sl 118:17).

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