Origem: Livro: A EPÍSTOLA DE PAULO AOS ROMANOS
A Soberania de Deus – Eleição de Israel no Passado – Cap. 9
O Amor Genuíno de Paulo por Israel e pela Religião do Judaísmo Ordenada por Deus para Eles
Cap. 9:1-3 – Como mencionado, os judeus entenderam mal a mensagem de Paulo no evangelho. Eles o viam como um traidor e imaginavam que ele sentia ódio por Israel, desrespeitando sua religião ordenada por Deus, o judaísmo. Eles pensavam que ele estava ensinando que eles deveriam “apartarem-se de Moisés”, o que para eles era uma “apostasia” (At 21:21).
Para corrigir esse equívoco, Paulo começa afirmando seu grande amor por sua nação e seu apreço pelos privilégios que eram deles no judaísmo. Seu amor por eles era tal que ele teve grande pesar e tristeza por causa da incredulidade e rejeição do Senhor Jesus Cristo, seu Messias por eles. Chegou a ponto de dizer que “desejara” que ele próprio fosse “separado de Cristo” se isso significasse que seus compatriotas seriam salvos! Esta é uma declaração surpreendente, comparada apenas ao próprio Moisés (Êx 32:31-32). Esta foi uma prova clara de que os judeus tinham ideias equivocadas sobre Paulo; ele realmente os amava e respeitava o judaísmo.
Cap. 9:4-5 – Para provar que ele não tinha intenção de menosprezar os privilégios de Israel, Paulo lista oito coisas que fizeram de Israel a nação mais favorecida da Terra (Dt 4:7).
- “A Adoção” – A nação havia sido colocada em um lugar favorecido com Deus (Êx 4:22; Dt 7:6-8).
- “A Glória” – A glória Shekinah, que foi visivelmente o sinal do favor de Deus sobre eles (Êx 13:21-22; 2 Cr 5:14).
- “Aliança” – feita com os pais em nome da nação (Gn 15:18-21, 17:7, etc.).
- “A Lei” – Os cinco livros de Moisés foram dados a eles. (Êx 20)
- “O ministério de Deus” – A ordem divina levítica de sacrifícios instituída por Deus, pela qual se aproximavam de Deus em adoração e louvor, lhes pertencia (Lv 1-7).
- “As Promessas” – Um futuro brilhante no reino milenar foi lhes assegurado (Is 30:23-26, 32:1-20, 35:1-10, etc.).
- “Os Pais” – Uma grande herança de ancestrais espirituais.
- “O Messias” – Eles foram favorecidos por Deus pelo Salvador e futuro Governante do mundo ter emergido da nação deles (Is 9:6-7).
Acrescentando seu “Amém” a esta lista de coisas, Paulo estava indicando que apreciava muito essas vantagens e privilégios que haviam sido dados a Israel, e os aprovava. Ele valorizava essas coisas tanto quanto qualquer judeu e não as diminuía em sua pregação e ensino, como os judeus erroneamente pensavam. De fato, ele poderia argumentar que não foi ele quem desrespeitou o judaísmo e a esperança de Israel, mas sim eles o fizeram! Pois o maior desses favores prometidos a Israel era que o Messias viria ao mundo por meio daquela nação (Mt 1). Foi em torno d’Ele que todos os privilégios do judaísmo se centraram, e por meio de Quem as promessas seriam cumpridas. Mas quando Ele veio, eles O rejeitaram! Eles “tropeçaram na pedra de tropeço” (cap. 9:32; Jo 1:11), e seu tropeço atrapalhou o cumprimento de sua “esperança” nacional (At 26:6).
O Verdadeiro “Israel de Deus” Não é Todo Descendente Natural de Abraão
Cap. 9:6-33 – Paulo então se volta para mostrar que a rejeição pelos judeus do seu Messias não fez com que Deus quebrasse Sua promessa a Israel. Ele diz: “Não que a palavra de Deus haja falhado” (AIBB). Isto é, Deus prometeu com Sua Palavra abençoar os filhos de Abraão, e essa promessa não se tornou nula ou inválida (Hb 6:13-18).
Ele prossegue mostrando que, embora essas promessas definitivamente serão cumpridas, as Escrituras não ensinam que elas serão alcançadas por todos os descendentes de Abraão. Ele diz: “porque nem todos os que são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos filhos”. Ao afirmar isso, Paulo mostra que Abraão tem dois tipos de descendentes: há aqueles que têm sua linhagem (parentesco), mas não sua fé, e há aqueles que possuem ambos. Isto significa que nem todos os que são “de Israel” por descendência natural são necessariamente o verdadeiro “Israel” que tem fé. Um verdadeiro israelita a quem Deus considera tem tanto o sangue de Abraão como a fé de Abraão. De acordo com isso, Paulo cuidadosamente distingue “descendência” de Abraão (descendência natural) e os “filhos” de Abraão (aqueles que têm o sangue e a fé de Abraão). Ele tocou nessa distinção no capítulo 2:28-29. Assim, as Escrituras fazem distinção entre um israelita e “um verdadeiro israelita” (Jo 1:47). As promessas de Deus, portanto, certamente serão cumpridas para “todo o Israel” (cap. 11:26), mas isso se refere àqueles que são verdadeiros israelitas, tendo sangue e fé de Abraão.
Quatro Exemplos da História de Israel em Relação à Soberania de Deus
Paulo então mostra que Deus opera segundo o princípio da eleição soberana, e visto que Ele é Deus, Ele pode soberanamente chamar os gentios neste tempo presente, assim como soberanamente chamou a nação de Israel há muito tempo. Os judeus eram realmente o último povo do mundo que poderia se permitir questionar a soberania divina. Seguidamente em sua história, ela foi exercida a seu favor. Paulo se volta para as Escrituras para provar este ponto.
1) ISAQUE ESCOLHIDO EM VEZ DE ISMAEL (cap. 9:7b-9)
Paulo cita a declaração do Senhor a Abraão: “em Isaque será chamada a tua semente”. (Gn 21:12). Isso lhe foi dito quando havia alguma dúvida na casa de Abraão sobre quem seria seu herdeiro – Ismael ou Isaque. Ao declarar enfaticamente que seria Isaque, o Senhor claramente descartou a descendência natural na casa de Abraão, porque tanto Ismael como Isaque eram filhos naturais de Abraão. Se os judeus insistissem em que a descendência natural fosse o suficiente para herdar a bênção, eles teriam de admitir os árabes na bênção, porque descendiam de Abraão por meio de Ismael! (Gn 25:12-18) Os judeus nunca aceitariam isso. Paulo diz, “Isto é: não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência”. Ismael, como sabemos, era um filho da carne, mas Isaque era o filho da promessa (Gl 4:23). Por Deus ter escolhido Isaque em vez de Ismael, fica claro que a bênção na casa de Abraão não veio da linhagem natural. E será assim quando o reino de Cristo for estabelecido na Terra – nem todos os descendentes naturais de Abraão serão abençoados como sua “descendência” e nem todos herdarão as promessas.
2) JACÓ ESCOLHIDO EM VEZ DE ESAÚ (cap. 9:10-14)
Paulo vai adiante para o exemplo de Jacó e Esaú. Ele mostra novamente que a bênção não veio pela descendência natural, mas pela eleição soberana da graça de Deus. Em relação a Isaque e Ismael, os judeus poderiam argumentar que tinham duas mães diferentes, mas não poderiam usar esse argumento aqui com Jacó e Esaú. Rebeca era a mãe de ambos.
Em conexão com esses gêmeos, se a bênção fosse herdada na linha de descendência natural, então eles teriam de admitir os edomitas na bênção! Nenhum judeu aceitaria isso por um momento sequer. Antes de os meninos nascerem e não terem feito nem “bem” nem “mal”, Deus disse: “O maior servirá o menor” (Gn 25:23). Naturalmente, Esaú teria tido o lugar de privilégio na família de Isaque, mas a escolha soberana de Deus passou por Esaú e repousou sobre Jacó. Isso prova que o chamado soberano de Deus não depende de obras, boas ou más, mas apenas da graça. Mil e quinhentos anos mais tarde, o Senhor disse: “Amei Jacó, e aborreci Esaú” (v. 13; Ml 1:2-3). Isso foi escrito depois deles viverem suas vidas e provarem seu verdadeiro caráter. Assim, Paulo menciona duas declarações que o Senhor fez a respeito de Jacó e Esaú: uma feita antes dos meninos nascerem (v. 12), e a outra feita muitos anos depois de terem vivido e morrido (v. 13). Elas mostram conclusivamente que Deus escolheu um em vez do outro.
3) O SENHOR ESCOLHEU TER MISERICÓRDIA DE ISRAEL QUANDO ELES SE VOLTARAM À IDOLATRIA (cap. 9:14-16)
A pessoa que argumenta sobre a soberania divina dirá: “Se houver realmente apenas dois resultados na escolha – ser abençoado ou condenado – ir em frente e eleger um e não o outro, necessariamente condena quem não foi escolhido! Como isso pode ser justo?” O mesmo cético dirá, “Se tudo foi resolvido antes do tempo, então não há nada que alguém possa fazer sobre isso, e se isso for verdade, então Deus é injusto por condenar as pessoas, porque não é culpa delas não terem sido escolhidas!”
Paulo previu que as pessoas se oporiam ao princípio da soberania divina e responde dizendo: “Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus?” Ele responde sua própria pergunta: “De modo nenhum [longe seja o pensamento – JND]”. Paulo prossegue defendendo a soberania de Deus, mas não como alguns teólogos Cristãos que tentam reconciliar a soberania de Deus com a responsabilidade do homem, fundindo-as em apenas uma coisa. Eles dirão que Deus, por Sua presciência, sabia quem iria acreditar e quem não iria, e escolheu aqueles que acreditariam. Esta é a essência das ideias equivocadas do Arminianismo, que enfatiza a responsabilidade do homem na salvação, excluindo a soberania de Deus.
Paulo cita um exemplo da soberania de Deus a partir do caso da idolatria de Israel – a adoração do bezerro de ouro (Êx 32). Quando as pessoas pecaram contra Deus nesta questão, Deus disse a Moisés: “Compadecer-Me-ei de quem Me compadecer, e terei misericórdia de quem Eu tiver misericórdia”. Se Deus tivesse tratado Israel de acordo apenas com o justo merecimento da justiça divina, dando-lhes o que lhes era devido, Ele teria destruído toda a nação! Mas, o fato de que Deus escolheu não julgar a nação, mostra que Ele soberanamente escolheu ter misericórdia deles. Os judeus dificilmente poderiam ousar argumentar sobre a soberania de Deus nesta ocasião, pois se essa não tivesse sido exercida favoravelmente em relação a eles, eles teriam sido exterminados! Se os judeus quisessem acusar a Deus de injustiça, eles estariam admitindo que deveriam ser condenados! E se todos os homens merecem ser condenados, então ninguém pode, corretamente, acusar Deus de injustiça se Ele não mostrar misericórdia para com alguns. Paulo, portanto, conclui: “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que Se compadece [que usa de misericórdia – TB]”. Se Deus escolhe ter misericórdia de alguns, ninguém pode achar isso errado.
4) O SENHOR ENDURECEU FARAÓ (cap. 9:17-18)
Os opositores podem não ter dificuldade em aceitar quando Deus age soberanamente em misericórdia para com alguém, mas podem não aceitar quando se trata de um ato de juízo. Paulo continua para mostrar que Deus também é soberano no juízo. Assim como Israel agiu perversamente ao adorar o bezerro de ouro, e Deus soberanamente escolheu lhes mostrar misericórdia, assim também foi com Faraó – ele agiu perversamente, mas no caso dele, Deus o endureceu, e então o julgou. Como Faraó estava colhendo o que semeara, Deus estava justificado em julgá-lo. Assim, vemos a soberania de Deus sendo exercida em mostrar misericórdia a alguns e também em endurecer a outros. Paulo diz: “Logo pois compadece-Se de quem quer, e endurece a quem quer”. (v. 18). Deus pode e exerce julgamento sobre os ímpios, e Ele é justo ao fazer isso, mas Ele pode escolher mostrar misericórdia para alguns; é Sua prerrogativa.
Quem Pode Resistir à Vontade de Deus?
Cap.9:19-23 – Os homens acusarão a Deus de injustiça, apontando para o Seu tratamento com o Faraó como um exemplo de predestinação de pessoas para o inferno. Paulo continua mostrando que isso não é verdade; Deus nunca predestinaria ninguém a uma eternidade perdida. Também aponta que é loucura da parte do homem questionar os caminhos de Deus.
Ele apresenta o argumento que os céticos e opositores usam: “Se Deus endurece o homem para que não creia, como Deus pode ‘encontrar falta’ (JND) nele por não crer?” (v. 19) Paulo responde a essa noção equivocada mostrando que, embora Deus aja em julgamento, as Escrituras não dizem que Ele escolhe pessoas para a destruição eterna. “os vasos da ira [são], preparados para perdição” (v. 22), mas eles não são preparados por Deus como tais; as pessoas se preparam por sua própria incredulidade! No caso do Faraó, Deus não o predestinou para juízo. Se lermos cuidadosamente o relato do tratamento do Senhor para com o Faraó (Êx 4-12), veremos que ele mesmo se preparou para seu juízo endurecendo-se repetidamente contra o Senhor. Mas ele não estava condenado desde o momento de seu nascimento. Em sua vida, ele provou ser ímpio, e Deus poderia justamente tê-lo cortado, mas escolheu preservá-lo vivo por um tempo para que Ele pudesse mostrar Seu poder em juízo, e por meio dele, exaltar Seu nome na Terra.
O Senhor sabia que o Faraó endureceria seu coração contra Ele (Êx 3:19) e disse a Moisés que judicialmente o endureceria ainda mais, como consequência. O Senhor disse: “mas Eu endurecerei o seu coração, para que não deixe ir o povo” (Êx 4:21, 7:3). Note que o Senhor não disse naquele momento: “Eu endureci o seu coração…”, mas sim: “Eu endurecerei o seu coração”. Era algo que o Senhor iria fazer como consequência de Faraó endurecer seu coração primeiro. Com certeza, Faraó provou ser um homem perverso e endureceu o coração contra o Senhor. A Escritura registra: “Porém o coração de Faraó se endureceu [era obstinado – JND]” (Êx 7:13). (Este versículo infelizmente foi traduzido erroneamente na versão King James, dizendo: “Ele endureceu o coração de Faraó”. Isto tornaria o Senhor o Principiador do endurecimento, o que não é verdade.) Êxodo 7:13-14 é a primeira menção nas Escrituras do coração do Faraó sendo endurecido, e é claramente algo que ele mesmo fez. De fato, ele repetidamente endureceu seu coração contra o Senhor (Êx 7:22, 8:15, 19, 32, 9:7). Foi apenas após tudo isso, que a Escritura finalmente diz: “Porém o Senhor endureceu o coração de Faraó” (Êx 9:12, 10:1, 20, 27, 11:10), que é o cumprimento daquilo que Senhor disse em Êxodo 4:21 e 7:3 que iria fazer. As Escrituras dizem: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura” (Pv 29:1). Este foi o caso do Faraó.
Paulo mostra que questionar a soberania de Deus é entender mal Quem é Deus e quem nós somos. Ele diz: “Porquanto, quem resiste à Sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” Deus tem todo o poder no céu e na Terra e pode fazer o que quiser – e Ele nunca faz errado. Ele disse a Abraão: “Não faria justiça o Juiz de toda a Terra?” (Gn 18:25).
Todos os homens merecem juízo, mas se Deus escolhe mostrar misericórdia a alguns, quem somos nós para dizer que Ele está fazendo errado? O fato de alguém ser salvo é uma completa prova da soberana graça de Deus. O velho e verdadeiro ditado é: todos podem vir (Ap 22:17), mas ninguém virá (Jo 3:32); mas por causa do poder soberano de Deus agindo nos homens, alguns virão a Cristo e serão salvos (Jo 6:44). Embora Deus possa escolher alguns para bênção (como “vasos de misericórdia”), Ele nunca escolhe alguém para ir para o inferno. Todos os que se revelam “vasos de ira” são “preparados para perdição” por sua própria incredulidade (v. 22). Não existe algo como predestinação para o inferno. Paulo diz que a razão pela qual Deus escolhe alguns para serem “vasos de misericórdia” é demonstrar “as riquezas da Sua glória” (v. 23).
J. N. Darby disse: “A raiz da questão é essa; é Deus que julga o homem ou o homem a Deus? Deus pode fazer o que quiser. Ele não é o objeto de nosso julgamento” (Synopsis of the Books of the Bible – em Romanos 9). F. B. Hole disse: “Quão lentos somos em admitir que Deus tem o direito de fazer o que Ele quer, que de fato, é o Único que tem esse direito, visto que somente Ele é perfeito em presciência, sabedoria, justiça e amor. As coisas podem parecer inexplicáveis para nós, mas é porque somos imperfeitos”.
O Princípio da Soberana Eleição da Graça Aplicado aos Gentios
Cap. 9:23-26 – Paulo então mostra que o princípio da eleição soberana se aplica tanto aos gentios quanto a Israel. Ele diz que “os vasos de misericórdia” (crentes) “que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?”. Assim, todas as bênçãos, seja para judeus ou gentios, repousa sobre a soberania de Deus.
Ele cita Oséias 1:10 e 2:23 para mostrar que Deus voltará a dedicar-Se com Israel num dia vindouro. Eles estão atualmente numa posição de não serem Seu povo – estando escrito sobre eles “Lo-ami” (“não Meu povo”). Mas então, em graça soberana, Ele os tornará Seu povo novamente. Sua atual posição de não ser o Seu povo é idêntica à posição em que os gentios estão. O raciocínio de Paulo é que, se Deus pode tratar dessa maneira com Israel, então Ele também pode fazê-lo com os gentios.
Cap. 9:27-29 – Paulo então cita o profeta Isaías para enfatizar o que já ensinou nos versículos 6-8 – que esse ato de graça para com Israel não incluirá todo israelita de descendência natural. A massa da nação se mostrará infiel e será julgada por Deus, mas “o remanescente” será salvo. Ele diz: “Ainda que o número dos filhos d’Israel seja como a areia do mar, (por descendência natural) o remanescente é que será salvo” (Is 10:22). E novamente: “Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência [um remanescente muito pequeno – KJV], teríamos sido feitos como Sodoma, e seríamos semelhantes à Gomorra” (Is 1:9). Aqueles que comporão este remanescente terão fé e, consequentemente, receberão o Senhor e serão abençoados de acordo com as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Estes formarão o núcleo da nação no milênio.
Vs. 30-33 – Paulo então conclui afirmando que os gentios que “não buscavam a justiça” alcançaram “a justiça que é pela fé [pelo princípio de fé – JND]”. Por outro lado, Israel, que buscava “a Lei” para a “justiça”, não a alcançou porque a buscava pelas “obras da Lei” e não pela fé.
Paulo pergunta: “Por quê?” Ele responde a sua pergunta, afirmando “Porque não foi pela fé”. Os judeus (nacionalmente) perderam a bênção porque entenderam mal o propósito da Lei. Eles pensaram que era uma escada na qual alguém subia para alcançar a justiça, e tentaram estabelecer sua própria justiça, guardando a Lei, e como resultado, ficaram cegos quanto ao seu verdadeiro estado. E a principal prova de seu estado de cegueira é que eles “tropeçaram na pedra de tropeço” – Cristo. Eles O rejeitaram!
Paulo cita Isaías 28 para mostrar que enquanto a nação como um todo tropeçava na “pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo”, Deus operou soberanamente e alguns neste tempo presente (um remanescente) creram no evangelho. Ao dizer: “todo aquele que crer”, Paulo aponta para o fato de que existe responsabilidade humana em receber a bênção – uma pessoa, seja judeu ou gentio, deve crer. Isso age como uma sequência (conexão) para o assunto no próximo capítulo, que tem a ver com a responsabilidade do homem.
