Origem: Livro: Os Patriarcas
Tempo de preparação
E não é oportuno, nestes dias de crescente irreligiosidade e mundanismo, alertarmos uns aos outros, amados, para mantermos nossas mentes incorruptas na simplicidade que há em Cristo? Na época de preparação, que é a era atual, e que os Cantares de Salomão contemplam, Eva estava se preparando, sob a mão formadora de Deus, para Adão, e somente para Adão. Adão dormiu para Eva e Eva foi feita para Adão. O mesmo acontece com Cristo e a Igreja. Ele dormiu na morte por nós, e estamos sendo preparados, sob o Espírito Santo, para Ele. “Vos desposei com um só Esposo, Cristo, para vos apresentar a Ele como virgem pura” (AIBB). Como ele diz também em outro lugar: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós”, Cristo, e somente Cristo, Cristo em Sua preciosa suficiência por um pecador, em resposta ao pensamento sobre Agar ou os gálatas, em relação a “dias, e meses, e tempos, e anos”, aquele outro evangelho que, no entanto, não é outro.
Mas isso é atacado. O evangelho, em sua reivindicação ao pecador de dar sua confiança total em Cristo, tem estado espalhado pelos lábios de milhares de testemunhas, para alegria de milhares de almas. O inimigo assistiu e odiou isso. Trabalhando na cena em que ele vai “para lá e para cá” e “para cima e para baixo” (Jó 1:7 – JND), ele está ocupado em seduzir o coração para longe deste evangelho. E o seu sucesso não está muito além do que qualquer um de nós poderia temer? A religião das confianças carnais ou das ordenanças está até agora entre nós. Admite o mundanismo; e o mundanismo está, neste mesmo momento, florescendo em sua companhia. Há a construção de templos para adoração e de palácios para os adoradores; cuidado mais rigoroso para observar, em seu tempo, a devida frequência ao santuário, juntamente com habilidade, energia e iniciativa incomparáveis no avanço da indulgência e elegância da vida humana, de modo a tornar o mundo um lugar desejável e seguro para se viver – um lugar onde a religião pode agora ser vista como observada e honrada.
Tudo isso é sedutor e afasta o princípio da fé – isso é corrupção da mente ao afastar-se da simplicidade que há em Cristo. O evangelho se dirige ao homem, não apenas como culpado, mas como uma criatura religiosa. Encontra-o sob o poder da superstição ou da religiosidade, bem como do pecado. É tão natural que o homem se recuse a entrar na sala de julgamento por medo de ser contaminado, como é, em grande inimizade com Deus, clamar: “Crucifica-O, crucifica-O”. E o evangelho recebe uma recusa tão severa por parte do homem religioso quanto do homem lascivo. Como nos diz o Divino Mestre, a prostituta entra no reino adiante do fariseu.
