ÍNDICE

Introdução

A Carne

Vivificado

Nascido de Novo

Lavagem da Regeneração

Sepultado com Ele pelo Batismo

Capítulo Sete de Romanos

Nosso Caminhar Prático

Conclusão

INTRODUÇÃO

Todo verdadeiro crente em Cristo tem duas naturezas. A primeira é a que ele possui como filho de Adão – é uma natureza compartilhada por todos. A segunda é aquela vida divina que agora possuímos como filhos de Deus. Às vezes, são chamadas de nossa velha e de nossa nova natureza – uma vem com o nascimento natural, a outra com o novo nascimento.

Nossa velha natureza também é chamada de a carne – e não deve ser confundida com nosso corpo físico; é simplesmente carne[1]. Também é chamada de pecado – não a ação, mas a fonte dele. Esta é nossa natureza pecaminosa e decaída; é a condição natural de todos os nascidos neste mundo – com exceção de Jesus[2]. Encontramos a carne mencionada em muitos versículos. Uma, onde é usada junto com a palavra natureza, pode ser encontrada em Efésios: “Entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef 2:3). Paulo está falando aqui de sua própria raça judaica, mas ele mostra que todos (assim como os outros, tanto judeus como gentios) são por natureza filhos da ira, totalmente sujeitos aos desejos da carne.

A segunda ou nova natureza também é mencionada em muitos versículos. Pedro, em sua segunda epístola, usa explicitamente a expressão a natureza divina: “Pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo” (2 Pe 1:4). Aqui, Pedro não diz como chegamos a possuir a natureza divina. Deus, em Seu poder divino, “nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade” (2 Pe 1:3). Pedro, portanto, exorta os crentes a andarem em comunhão[3] com a natureza divina – para dar expressão a ela. Somente aquele que é nascido do Espírito possui essa natureza (Jo 3:6).

Quanto a alguém sem Cristo, esse vive totalmente na carne. A velha natureza dita todo o seu desejo e ação – e não pode ser de outra forma. Como dizemos, é sua natureza. Aquele que é salvo, por outro lado, tem uma natureza dirigida e empoderada pelo Espírito Santo. Eles não são mais obrigados a agir de acordo com os ditames da carne: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito” (Rm 8:9). Embora a carne ainda esteja neles, Deus a vê como crucificada com Cristo – é um assunto encerrado aos olhos de Deus. “Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (Rm 8:3). Nós também devemos considerar dessa forma. “Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:11). “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5:24).

Este assunto não é acadêmico. Se não entendermos que nós, como crentes, possuímos uma nova natureza, e que nossa velha natureza está morta aos olhos de Deus, isso resultará em um conflito frustrante. Ao longo da história do Cristianismo, muitos santos têm procurado subjugar a carne e erradicar o pecado, sem entender que isso já é assunto encerrado aos olhos de Deus, e que eles podem viver no proveito de uma nova natureza e no poder do Espírito Santo.

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A CARNE

Na epístola aos Romanos, lemos: “Eu sou de carne, para estar sujeito ao pecado” (Rm 7:14 – TB). Novamente, “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum (Rm 7:18). No próximo capítulo, encontramos: “Porquanto a mente da carne é inimizade contra Deus, visto que não é sujeita à Lei de Deus, nem o pode ser (Rm 8:7 – TB). Paulo não está sozinho ao escrever sobre este assunto. No Evangelho de João lemos: “O que é nascido da carne é carne” (Jo 3:6). A carne não pode ser outra coisa senão o que ela é. Isso está em nítido contraste com os pensamentos do homem. Os filósofos há muito procuram e promovem o bem na humanidade. Deus em Sua Palavra nos diz que não há quem faça o bem (Rm 3:12). Não nego que o afeto e a benevolência naturais possam ser encontradas no mundo, mas aqui estamos falando da condição moral do homem. A bondade natural do homem é para sua própria preservação e benefício, sem pensar em Deus (Rm 3:18). Alguém poderá dizer que falar a uma pessoa que ela é má, pode ser destrutivo; que destrói sua autoestima – mas isso só é verdade se não oferecermos uma solução. É para nosso bem e bênção, não nossa destruição, que Deus nos diz o que realmente somos. A bondade de Deus nos leva ao arrependimento (Rm 2:4).

Os capítulos iniciais da epístola de Paulo aos Romanos estão ocupados com nossos pecados – aqueles atos de impiedade e obstinação[4] que praticamos. A partir de Romanos 5:12, entretanto, o apóstolo aborda o assunto de nossa natureza decaída. Nestes capítulos, quando encontramos a palavra pecado, não é mais do ato antes referido, mas a natureza que o produz. “Pelo que, como por um homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5:12). Pecados e pecado estão obviamente relacionados. Alguém pode contestar e perguntar: O que o pecado de Adão tem a ver comigo? A essa pergunta respondemos: Você peca? Quem, com toda a honestidade, poderia responder negativamente? Devemos reconhecer, por meio de nossas ações, que somos filhos de Adão. O fruto revela a raiz. Os pecados que cometemos são a evidência de uma natureza interna; eles são indicativos de um problema mais profundo.

Toda religião do homem procura abordar o comportamento humano; elas não tratam e não podem abordar a causa raiz desse comportamento. Duas perguntas foram feitas a Adão e Eva no Éden. A segunda foi: “Por que fizeste isso?” (Gn 3:13). A isto o homem procura responder dando desculpas, ou pedirá outra chance. A primeira pergunta, porém, é a mais fundamental: “Onde estás?” (Gn 3:9). Adão se escondeu de Deus; mais tarde ele foi expulso do jardim e da presença de Deus. Nós nascemos, não apenas com a natureza de Adão, mas também na posição de Adão, separados de Deus.

A consequência do pecado de Adão foi a morte. Resultou em morte espiritual e, em última instância, morte natural. Morte é separação. Na morte física, o corpo e o espírito se separam; um permanece neste mundo, o outro parte (Tg 2:26). Na morte espiritual há separação de Deus – Adão e Eva experimentaram isso no dia em que comeram do fruto proibido. Novamente, se houver alguma dúvida quanto a sermos filhos de Adão, a prova é a morte – o homem pode não reconhecer a morte espiritual, mas não há dúvida de que ele é mortal. Há ainda outra morte que aguarda o homem não regenerado, a segunda morte (Ap 21:8). Essa morte é separação eterna de Deus; é o lago de fogo – inferno. Ao longo da história humana, numerosas afrontas foram lançadas contra Deus; no entanto, o homem realmente deseja um mundo sem Deus? No inferno, separação de Deus será seu estado eterno; será um lugar sem luz e sem amor. “Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 25:30). “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt 25:46 JND).

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